segunda-feira, 15 de setembro de 2008

25 anos num dia só

Sábado (dia 13) foi o aniversário de 25 anos da Pastoral da Criança. Por isso, foi preparada uma grande comemoração em Florestópolis, cidade onde foi implantada a pastoral.

Isso mesmo. A Pastoral da Criança, reconhecida em todo o Brasil e no mundo, que salvou e ainda salva a vida de milhares de crianças de 0 a 6 anos, que acompanha as gestantes e realizadas tantos serviços com as comunidades pobres, começou aqui pertinho, em Florestópolis.

Na época, o município era um dos mais pobres do Paraná, onde morriam 127 crianças para cada 1000 nascidas vivas. Onde a Pastoral, com ajuda de voluntários, conseguiu reduzir este índice a praticamente zero. Mas isso é só uma parte. Quem quiser saber mais, entre no site da Pastoral da Criança, clicando aqui.

Porque o que eu quero contar agora é a minha aventura à Florestópolis. Sabe quando a gente pensa que nada mais de errado pode acontecer? Pois bem, sempre pode piorar.

Para começar, a prefeitura daqui de Jataizinho disponibilizou o pior ônibus para levar a gente. Eu digo o pior mesmo. Mais abaixo tem a foto dele. A velocidade não passava de 50km/h. Na descida.

Foi toda a equipe da pastoral daqui e eu no meio. Estava fazendo assessoria de imprensa para a pastoral de Londrina e tinha uma entrevista agendada com Zilda Arns, fundadora da Pastoral.








Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança


Quando chegamos em Bela Vista do Paraíso, o motorista fez o favor de errar o caminho. Entrou errado num trevo e estava indo para Londrina. Mas era só olhar a placa que estava escrito em letras garrafais: “Florestópolis =>”. Mas ele virou assim <=. Tentando fazer uma manobra para voltar, já que o retorno nunca chegava, o motorista deu ré numa estrada de terra para retornar. Ao final da manobra, ouve-se um CLAC! O ônibus quebrou.

Ele ainda conseguiu seguir mais um pouco até chegar em Bela Vista, onde ele parou. Mas o cheiro de borracha queimada já estava insuportável, porque a roda começou a pegar na lataria do ônibus e o aroma já estava nos entorpecendo. Teve que parar, afinal, a frente do ônibus andava na pista e as rodas de trás, no acostamento, tão torta estava a carroça. E olha que não era 8h30 ainda. Restou-nos pedir carona.









Olha a situação do ônibus!

A faixa ajudou e logo parou um ônibus. De Andirá, que estava indo para lá também. Como só cabiam mais seis pessoas, tratei de correr e garantir meu lugar, minha matéria e minha entrevista com a Zilda. Entrei. Até minha mãe ficou para trás. Depois, o resto do pessoal (umas 30 pessoas) pegaram carona no ônibus de Ibiporã que passou por lá.

Mas não foi melhor que a minha carona, que teve lanchinhos e mais lanchinhos. Refrigerante, chazinho e poltrona reclinável. Quando, enfim, chegamos, fomos tomar o café da manhã e partir para o negócio.

Descerraram uma placa comemorativa e partiram em caminhada para um palco, montado perto do ginásio de esportes. Cerca de 1000 metros de caminhada. E quem disse que alguém conseguiu acompanhar a Zilda Arns... 75 anos, parece maratonista. Ela partiu em caminhada e eu nas minhas entrevistas.

Entrevistei jovens que foram atendidos pela pastoral e hoje são até líderes, mães cujos filhos são atendidos pela pastoral, ex-crianças que hoje são até mães e pais de família, líderes antigos. Paranaguá, Curitiba, Maringá, tudo quanto é cidade estava lá. Mas ainda faltava a entrevista com a Zilda. Corri muito, já estava exausto.

Mas ela havia me prometido a entrevista na sexta-feira quando a fomos busca-la no aeroporto. Não podia me decepcionar. Até que, após o almoço, consegui uma carona no carro dela. Mas...

Zilda: Você está com muita pressa?

Danilo: ...não...

Zilda: Então eu vou descansar primeiro e depois a gente conversa.

Danilo: Tá... (drogaaaaaaaaaa!)

50 MINUTOS DEPOIS

Volta dona Zilda. Mas àquela altura, ela tinha que voltar, pois já estava na hora do encerramento do evento, com a missa. E a atração principal ali era ela própria.

Insisti e fiz a entrevista. Não deu tempo de perguntar tudo, mas creio que perguntei o mais importante. Foi uma entrevista super legal. Ganhei o dia.

Apesar de todos os imprevistos, percalços e tudo mais, consegui realizar meu objetivo. Afinal, o sacrifício vale a pena se é por uma causa justa. É a Pastoral da Criança.

OBS 1: Para voltar, mandaram um outro ônibus buscar a gente. Quanto ao outro, devem ter vendido para o ferro velho. E bem baratinho.

OBS 2: Se querem saber o resultado da aventura, pode acessar o Webjornal ComTexto na semana que. Vai ter matéria e a entrevista com a Zilda Arns, junto com a matéria sobre os 25 anos da Pastoral da Criança.

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