(republico aqui minha crônica do dia 26 de junho, porém, numa versão diferente, com elementos um pouco diferentes e um final diferente e muito mais próximo do real. Aliás, sinto dizer, mas depois da derrota de ontem para o Palmeiras, a realidade mesmo tornou-se dura e cruel. A Segundona está cada vez mais próxima)
O Santos de Pelé, de Pepe, de João Paulo, de Diego, de Robinho, estava lá, em campo, na Vila Famosa. Hoje, de Tabata, Kléberes, Joãos, Josés... Mas não importa.
A torcida toda festejando, querendo uma vitória, querendo uma recuperação. Contra um dos lanternas, até então. O Goiás ainda não havia vencido.
E eu lá, assistindo o jogo. Na arquibancada. Igualmente esperançoso.
Porém, já aos sete minutos, o Santos tomou o primeiro gol, de um tal de Alex Terra. Em casa. Não é possível.
Depois disso, o jogo esfriou. Deu até sono.
O Goiás continuou pressionando e fez mais um. E fez mais outro de pênalti. E outro ainda, também de pânalti. 4x0, na Vila Belmiro.
Depois deste jogo, o time não venceu mais naquele campeonato. Na verdade, venceu: 1x0 no Sport, na Vila. Mas foi só. Atléticos, Palmeiras, São Paulo, Vitória, Fluminense, Flamengo, Inter, Grêmio, Figueirense, Náutico. Não venceu mais ningúem. Por isso, acabou sendo rebaixado para a 2ª divisão. E pior: enquanto o Corinthians subiu.
Os principais jogadores foram sendo vendidos. O técnico já era uma tal desconhecido, assim como os jogadores. Mas ainda restava a esperança de subir.
No entanto, a 2ª divisão era mais difícil do que se imaginava. A campanha, novamente, foi pífia. As dívidas aumentavam. Os jogadores sumiam. Os salários atrasavam. A situação estava desesperadora. A 2ª divisão foi embora. Veio a terceirona.
E lá, é cada um por si. Não existe time grande. A situação se agravava ainda mais. Não existia mais categoria de base e os dirigentes não sabiam mais o que fazer. Mas iam fazer o quê? Afinal, aquilo tudo era culpa de más administrações.
E veio também a 2ª divisão do campeonato paulista.
Depois de vários anos disputando a série C do Campeonato Brasileiro e série B do Paulista, a situação ficou tão grave, que a falência foi algo inevitável. O que foi pior ainda: nesta época, já em 2019, o Corinthians já era um dos melhores times do mundo. Havia ganhado vários campeonatos mundiais e era base da seleção brasileira.
O resultado: o Corinthians acabou comprando o Santos. O Santos não existia mais. O Santos de Pelé, de Pepe, de João Paulo, de Diego, de Robinho, ficou para a história... acabou... agora, fazia parte do Corinthians. Uma pequena parte...
"GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL"
Um grito no estádio me acorda. Nem acreditei, mas era o segundo gol do...
ABC de Natal! Aí me lembrei: meu time, o Santos, está na zona de rebaixamento da 2ª divisão do Campeonato Brasileiro.
Na verdade, não foi um sonho, foi apenas o início do pesadelo. De novo. Há um ano tenho esse mesmo sonho, desde que o Santos estava na primeira divisão, no ano passado. Todos os dias, não agüento mais.
Já nem sei o que é pior: ter o desprazer de ver a mesma história enquanto durmo ou enquanto estou acordado.
De qualquer forma, é inevitável.
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