(A última parte da saga)
Vou dar uma de Tia Penha: Gente, só pode ser jogador de futebol quem é muito muito muito bom de bola. Ou tem um bom padrinho. Se você não tem alguma dessas qualidades, esquece!
Pois é. Depois de muito tempo, descobri que eu não tinha nenhum dos dois. Mas vou contar certinho. Comecei a fazer os testes nos clubes. Cheguei até a passar na Portuguesa, mas, sabe como é né...
Tentei também no Londrina Esporte Clube, nosso querido LEC, mas, de novo, não deu em nada. Ah, e tinha amigos meus que passavam e não iam, ou não gostavam de treinar, ou vendiam os passes que o clube dava para comprar sorvete. Eu ficava indignado.
No PSTC também não faltou testes, mas lá foi pior ainda. Ficava de fora e jogava uns cinco minutos e nem pegava na bola. Lá foi onde fiz mais testes, uns 156 mais ou menos, sempre frustrados... Faltou habilidade. Faltou padrinho.
Um dia caí na real: Não dá!!! Não quero mais. Não sou bom de bola. Onde eu quero chegar? Foi a mesma sensação de quando descobri que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existem. Mas foi mais real.
Cheguei em casa e falei para o meu pai que não queria mais jogar futebol. Pela cara que ele fez, acho que ele não gostou não. Depois disso, não sei porque, mas o meu pai nunca mais me deu uma chuteira...
Mas, mesmo sabendo de tudo isso, ainda me pergunto: Quem será o empresário do goleiro Doni? Quem será que foi o padrinho do lateral esquerdo da seleção, o Gilberto? De onde saiu esse tal de Afonso? Se alguém souber a resposta, me digam...
Hoje em dia, jogo futebol apenas por gostar. Porque, habilidade mesmo, nenhuma! Dinheiro, então... menos que habilidade. E meu futuro promete... promete pouco dinheiro e fama nenhuma. Totalmente ao contrário do que seria se eu fosse jogador de futebol...
Por quê?
Porque vou ser jornalista! Porque sou de esquerda! Porque apoio o MST! Porque odeio o neoliberalismo! E a pessoa que mais gostaria de conhecer neste mundo é o Lula!
Quer mais?
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