E mais uma vez o Globo Repórter vai falar sobre alimentos saudáveis. Que novidade!
Quer apostar quanto que na semana que vem será um documentário da BBC sobre as florestas exóticas do Nepal, ou coisa parecida?
Veremos.
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Sereia
Ontem, remexendo uns cadernos velhos, encontrei um bem antigo, das minhas aulas de violão. Deve ter uns 12 anos mais ou menos. Mas não é a idade do caderno que importa.
O que importa mesmo é uma música em especial que eu encontrei lá. É do Lulu Santos e chama-se "Sereia". Aprendi a tocar no início das minhas aulas.
A letra é linda. A levada, melhor ainda. Dá a sensação de estar numa praia, ao entardecer com um violão e um ventinho de final de tarde batendo no rosto e nos cabelos da mulher amada. Olhares apaixonados. Final de filme.
Clara como a luz do sol
Clareira luminosa
Nessa escuridão
Bela como a luz da lua
Estrela do oriente
Nesses mares do sul
Clareira azul no céu
Na paisagem
Será magia, miragem, milagre
Será mistério!...(2x)
Prateando horizontes
Brilham rios, fontes
Numa cascata de luz
No espelho dessas águas
Vejo a face luminosa do amor
As ondas vão e vem
E vão e são como o tempo...
Luz do divinal querer
Seria uma sereia
Ou seria só
Delírio tropical, fantasia
Ou será, um sonho de criança
Sob o sol da manhã...
O que importa mesmo é uma música em especial que eu encontrei lá. É do Lulu Santos e chama-se "Sereia". Aprendi a tocar no início das minhas aulas.
A letra é linda. A levada, melhor ainda. Dá a sensação de estar numa praia, ao entardecer com um violão e um ventinho de final de tarde batendo no rosto e nos cabelos da mulher amada. Olhares apaixonados. Final de filme.
Clara como a luz do sol
Clareira luminosa
Nessa escuridão
Bela como a luz da lua
Estrela do oriente
Nesses mares do sul
Clareira azul no céu
Na paisagem
Será magia, miragem, milagre
Será mistério!...(2x)
Prateando horizontes
Brilham rios, fontes
Numa cascata de luz
No espelho dessas águas
Vejo a face luminosa do amor
As ondas vão e vem
E vão e são como o tempo...
Luz do divinal querer
Seria uma sereia
Ou seria só
Delírio tropical, fantasia
Ou será, um sonho de criança
Sob o sol da manhã...
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Esta postagem é para o meu tio
Ontem, quando o Santo André fez 1x0 no Santos, na final do Campeonato Paulista, meu tio Reginaldo, que é corintiano (veja bem, CORINTIANO), mas é o mais novo torcedor do Santo André, me ligou tirando o maior sarro.
Como ele percebeu que eu não gostei e não dei muita atenção (até porque o time que ele torce não anda muito bem das pernas), e ainda desliguei o telefone, logo veio a mensagem no meu celular: "Vou aguardar a postagem do blog amanhã."
Mas o problema - pra ele - é que o jogo ainda estava no primeiro tempo.
Não preciso comentar nada sobre a partida. Só as imagens já respondem ao meu tio. Obrigado.
Pronto. Esta é a postagem que ele tanto aguardava.
Como ele percebeu que eu não gostei e não dei muita atenção (até porque o time que ele torce não anda muito bem das pernas), e ainda desliguei o telefone, logo veio a mensagem no meu celular: "Vou aguardar a postagem do blog amanhã."
Mas o problema - pra ele - é que o jogo ainda estava no primeiro tempo.
Não preciso comentar nada sobre a partida. Só as imagens já respondem ao meu tio. Obrigado.
Pronto. Esta é a postagem que ele tanto aguardava.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Teimoso, perdi uma postagem
Estava escrevendo uma postagem agora a pouco aqui no blog sobre racismo no futebol (caso Atlético Paranaense x Palmeiras) e sobre como a imprensa "semeia a discórdia" entre times rivais (Acidente de zagueiro do Inter ocorreu em festa na casa de gremista).
Já no fim, dei um comando errado no teclado e, sem querer, acabei apagando a postagem toda. Tentei CTRL+z, tentei ver se o blog havia salvado a postagem, mas não deu. Fiquei com raiva e decidi não escrever mais nada.
Daqui para frente, vou escrever primeiro o Word e depois copiar aqui. Várias vezes já me disseram para fazer isso, mas eu, teimoso que sou, só vou fazer agora, depois que perdi um postagem.
Desta vez, tenho que dar o braço a torcer. Droga!
Já no fim, dei um comando errado no teclado e, sem querer, acabei apagando a postagem toda. Tentei CTRL+z, tentei ver se o blog havia salvado a postagem, mas não deu. Fiquei com raiva e decidi não escrever mais nada.
Daqui para frente, vou escrever primeiro o Word e depois copiar aqui. Várias vezes já me disseram para fazer isso, mas eu, teimoso que sou, só vou fazer agora, depois que perdi um postagem.
Desta vez, tenho que dar o braço a torcer. Droga!
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Falta de respeito na Vila
Se tem algo que me irrita é a falta de respeito às pessoas idosas. Na medida do possível, procuro sempre respeitar os mais velhos, seja nas filas, na igreja, na hora de atravessar a rua, em qualquer lugar. Idoso merece respeito sempre.
Mas tem horários.
Por exemplo, deveria haver um horário para idosos nos bancos, lotéricas e transporte coletivo. Por que eles tem de ir nesses lugares bem na hora que a gente mais precisa usar? Quando eu ia trabalhar de ônibus, às 6h15, lá estavam os idosos indo passear, ocupando aqueles preciosos lugares. Na volta, às 18h, lá estavam eles de novo.
E quando entram, ficam de cara feia esperando que a gente dê lugar pra eles. Nestes horários? Aqui, ó! Não dou não.
Mesmo assim, os idosos merecem todo o respeito
Escrevi isto para chegar onde quero. Ontem ocorreu uma grande falta de respeito em rede nacional. Um senhor foi desrespeitado perante milhões de espectadores que assistiam ao jogo Santos x São Paulo, pela semi-final do Campeonato Paulista.
O senhor a que me refiro estava no gol do time do São Paulo. Quem faltou com respeito? Um moleque aí, que nem história tem para contar, ao contrário do senhor goleiro. Abusado. Folgado. Como um trombadinha que se aproveita da ingenuidade, cegueira, Alzeheimer e bolsas de colostomia de pessoas idosas. E o pior: na frente de milhares de pessoas que, em vez de ajudarem o senhor, deram risada e aplaudiram a malandragem do moleque. Onde vamos parar desse jeito?
Na hora do penalti, aquela paradinha quase quebrou a perna do idoso, que fez força para voltar, num gesto sobrehumano para ele. Além de humilhar, o moleque torceu a perna da vítima e ainda dançou depois.
Uma grande falta de respeito com um senhor de idade!
Mas, convenhamos, o que um senhor daquela idade estava fazendo no playgraynd da Vila Belmiro? As crianças acabam sacaneando mesmo.
O goleiro entrou no ônibus dos Meninos da Vila, mas em horário indevido. Pediu lugar pra sentar. Os meninos certamente não deram e ainda debocharam:
"Aqui, ó! Não dou não."
Mas tem horários.
Por exemplo, deveria haver um horário para idosos nos bancos, lotéricas e transporte coletivo. Por que eles tem de ir nesses lugares bem na hora que a gente mais precisa usar? Quando eu ia trabalhar de ônibus, às 6h15, lá estavam os idosos indo passear, ocupando aqueles preciosos lugares. Na volta, às 18h, lá estavam eles de novo.
E quando entram, ficam de cara feia esperando que a gente dê lugar pra eles. Nestes horários? Aqui, ó! Não dou não.
Mesmo assim, os idosos merecem todo o respeito
Escrevi isto para chegar onde quero. Ontem ocorreu uma grande falta de respeito em rede nacional. Um senhor foi desrespeitado perante milhões de espectadores que assistiam ao jogo Santos x São Paulo, pela semi-final do Campeonato Paulista.
O senhor a que me refiro estava no gol do time do São Paulo. Quem faltou com respeito? Um moleque aí, que nem história tem para contar, ao contrário do senhor goleiro. Abusado. Folgado. Como um trombadinha que se aproveita da ingenuidade, cegueira, Alzeheimer e bolsas de colostomia de pessoas idosas. E o pior: na frente de milhares de pessoas que, em vez de ajudarem o senhor, deram risada e aplaudiram a malandragem do moleque. Onde vamos parar desse jeito?
Na hora do penalti, aquela paradinha quase quebrou a perna do idoso, que fez força para voltar, num gesto sobrehumano para ele. Além de humilhar, o moleque torceu a perna da vítima e ainda dançou depois.
Uma grande falta de respeito com um senhor de idade!
Mas, convenhamos, o que um senhor daquela idade estava fazendo no playgraynd da Vila Belmiro? As crianças acabam sacaneando mesmo.
O goleiro entrou no ônibus dos Meninos da Vila, mas em horário indevido. Pediu lugar pra sentar. Os meninos certamente não deram e ainda debocharam:
"Aqui, ó! Não dou não."
sábado, 17 de abril de 2010
Mais três livros pra ler
Eu não resisto a um sebo.
No sábado é praticamente impossível andar no centro de Londrina. Pra estacionar, então, nem se fala. Foi cerca de meia hora pra chegar onde eu queria. Mesmo assim, andei alguns quarteirões a pé mesmo, pra evitar o estresse.
Na volta, não resisti e passei no sebo. Lá o tempo passa que eu nem vejo. Ficaria o dia todo lá dentro, só procurando livros, CDs e revistas que eu curto. Mas a minha cota é sempre meio curta. Mesmo assim eu não resisto.
Tenho livros que comprei há anos e que eu não li ainda. Mas estão lá na minha estante.
Hoje jurei a mim mesmo que iria apenas dar uma olhadinha e já ia embora. Quando percebi, já estava lá dentro há uma hora. E, sem perceber, com livros na mão. Nem terminei de ler os últimos que havia comprado, mas não resisti mais uma vez.
Estes são os que comprei hoje:
Meninos de Kichute
O autor é Márcio Américo e a história se passa na Vila Nova, um dos bairros mais antigos de Londrina, aqui pertinho. O livro, inclusive, virou filme há algum tempo. A história é sobre o próprio autor que, conforme vai contando sua vida de menino, vai contando também a história do bairro e, consequentemente, da cidade. Pelo menos é isso que eu li na contra-capa. 219 páginas, R$ 15.
Dom Quixote
Deste eu não preciso nem falar, afinal, só eu mesmo não o li ainda. Procurei bastante pra ver se achava o livro em espanhol, mas não encontrei. Minha professora do cursinho de espanhol que fiz no ano passado vai dizer que não procurei direito. Confesso que a capa do livro foi um dos principais itens que influenciaram a compra. O autor, como todos sabem, é Miguel de Cervantes. 186 páginas, R$ 18.
O Xangô de Baker Street
Este é do Jô Soares e conta uma história policial que se passa no Rio de Janeiro. O mais legal é que o detetive que vai resolver o caso de um violino roubado é ninguém menos que Sherlock Holmes. Estou ansioso pra ler. 349 páginas, R$ 15.
Custaram um pouco caro por serem comprados no sebo, eu sei, mas estão em perfeito estado, muito bons mesmo.
Conforme eu for lendo, vou postando no blog minhas opiniões. Acho que vai demorar um pouco, já que ainda preciso terminar a outra remessa que comprei no mês passado.
Alguém já leu algum destes três? O que acharam?
Comentem aí.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Santos joga pro gasto e vence apertado por 8x1
O Santos Jogou ontem na Vila Belmiro contra o Guarani pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil. A vitória sofrida por 8x1 contra o time de Campinas devolveu o ânimo ao time, que não vencia bem desde o dia 21 de março, quando ganhou do Ituano, pelo Paulistão, por um também apertado 9x1.
Quem mais comemorou a vitória de ontem foi o técnico da equipe, Dorival Junior, que ultimamente colecionava vitórias magríssimas como 4x0 no Remo pela Copa do Brasil, 3x1 no São Caetano, 4x2 no Sertãozinho e no Botafogo-SP, 5x0 no Monte Azul e até um vergonhoso 3x2 contra o São Paulo, pelo Campeonato Paulista.
O jogo
O Santos começou mal e só marcou aos 3 minutos do primeiro tempo, quando a torcida já estava impaciente e ameaçava ir embora do estádio. Neymar, de penalti, depois de uma paradinha covarde. O 2º gol só veio aos 30, de novo com Neymar, que também fez o quarto, tabela de sorte entre Arouca e Paulo Henrique Ganso. O terceiro foi de Robinho, também depois de passe de Ganso. O Santos estava perdido em campo.
E o primeiro tempo virou com um perigoso 4x0. A torcida pedia a demissão do técnico, devido ao mal resultado que se desenhava na Vila.
No segundo tempo, Marcel, de penalti, fez o quinto. Depois, mais um gol de Robinho, o sexto. E este foi até bonito. Como em jogada de basquete, Marquinhos fez uma ponte aérea e o Rei das Pedaladas fez a cesta, ou melhor, o gol de cabeça. O Santos jogava mal e preocupava a torcida.
E a preocupação se transformou em desespero quando, de falta, Moreno diminuiu para o Guarani. 6x1. A torcida gritava: "Vergonha! Vergonha!" O resultado, que já não era bom, deixou Dorival Junior de cabelo em pé. O cargo estava ameaçado.
Mesmo jogando mal (uma de suas piores partidas no ano) Neymar ainda fez mais dois gols na partida. Final: 8x1. O Santos escapou da crise, pelo menos por enquanto. O técnico Dorival Junior escapou de perder o emprego, pelo menos por enquanto.
Veja os gols e a vitória suada do Santos.
Agora, o time da baixada santista vai a Campinas com uma vantagem de apenas sete gols. O Guarani tem grandes chances de se classificar.
No dia do aniversário de 98 anos do Santos, um resultado medíocre dos "Meninos da Vila".
A crise santista é preocupante.
A bruxa está à solta.
Quem mais comemorou a vitória de ontem foi o técnico da equipe, Dorival Junior, que ultimamente colecionava vitórias magríssimas como 4x0 no Remo pela Copa do Brasil, 3x1 no São Caetano, 4x2 no Sertãozinho e no Botafogo-SP, 5x0 no Monte Azul e até um vergonhoso 3x2 contra o São Paulo, pelo Campeonato Paulista.
O jogo
O Santos começou mal e só marcou aos 3 minutos do primeiro tempo, quando a torcida já estava impaciente e ameaçava ir embora do estádio. Neymar, de penalti, depois de uma paradinha covarde. O 2º gol só veio aos 30, de novo com Neymar, que também fez o quarto, tabela de sorte entre Arouca e Paulo Henrique Ganso. O terceiro foi de Robinho, também depois de passe de Ganso. O Santos estava perdido em campo.
E o primeiro tempo virou com um perigoso 4x0. A torcida pedia a demissão do técnico, devido ao mal resultado que se desenhava na Vila.
No segundo tempo, Marcel, de penalti, fez o quinto. Depois, mais um gol de Robinho, o sexto. E este foi até bonito. Como em jogada de basquete, Marquinhos fez uma ponte aérea e o Rei das Pedaladas fez a cesta, ou melhor, o gol de cabeça. O Santos jogava mal e preocupava a torcida.
E a preocupação se transformou em desespero quando, de falta, Moreno diminuiu para o Guarani. 6x1. A torcida gritava: "Vergonha! Vergonha!" O resultado, que já não era bom, deixou Dorival Junior de cabelo em pé. O cargo estava ameaçado.
Mesmo jogando mal (uma de suas piores partidas no ano) Neymar ainda fez mais dois gols na partida. Final: 8x1. O Santos escapou da crise, pelo menos por enquanto. O técnico Dorival Junior escapou de perder o emprego, pelo menos por enquanto.
Veja os gols e a vitória suada do Santos.
Agora, o time da baixada santista vai a Campinas com uma vantagem de apenas sete gols. O Guarani tem grandes chances de se classificar.
No dia do aniversário de 98 anos do Santos, um resultado medíocre dos "Meninos da Vila".
A crise santista é preocupante.
A bruxa está à solta.
terça-feira, 13 de abril de 2010
O Lobisomen
Ontem assisti no cinema o filme "Lobisomen". É uma refilmagem do original de 1941. Na história, que se passa na Inglaterra antiga, um homem é morto por uma estranha fera. A esposa dele então decide chamar o irmão do rapaz, que é ator e está na América, para voltar para casa e tentar descobrir o que aconteceu com o irmão. Ele então volta e, ao investigar o caso, é atacado pelo lobisomen e acaba se tornando um.
Não gostei do filme.
Confesso que me assustei em algumas partes de suspense, mas algumas cenas eram muito trash. Muito sangue e terror mesmo, nada. O lobisomen era só um homem maquiado e não era nada assustador. O engraçado é que ele se transformava, ficava maior, mas as roupas parece que aumentavam e diminuíam de acordo com o tamanho do cara. Em suma, era um lobisomen bem elegante.
A história não tem profundidade: de repente, existe um lobisomen que ataca todo mundo e acaba mordendo o rapaz que também se torna monstro. No fim, aparece outro lobisomen. Os dois brigam, um morre. O que mata depois é morto com uma bala de prata, mas acaba deixando sua herança genética, já que deixa um detetive ferido.
Não dá para entender de onde veio a maldição, se é de família, se foi uma bruxa, se veio do inferno, sei lá. As transformações parecem do clip "Thriller", do Michael Jackson, aliás, naquele clipe, ele está muito mais assustador do que o lobisomen do filme de ontem. Acho que até a Fera, de "A Bela e a Fera" me deu mais medo.
A parte boa do filme, é a crueldade do lobisomen. Isso não dá para negar. Ele estraçalha mesmo. O ruim é que não há uma história legal, não há um porquê para tudo e nem um fim satisfatório. E nem é assustador. Está mais para filme do "Zé do Caixão".
Gosto de fimes de terror que não me deixam dormir depois. Daqueles em que eu fico com medo de olhar debaixo da cama ou pela janela do quarto. Daqueles em que a musiquinha de suspense fica na cabeça durante uma semana. Daqueles que fazem vocês se assustar por qualquer coisa em casa. Isso sim é que é filme de terror.
Não sou crítico de filme e nem entendo sobre o assunto. Longe disso. Mas o de ontem realmente me decepcionou. Ainda bem que paguei só R$ 5,00 no cinema de Ibiporã.
Não gostei do filme.
Confesso que me assustei em algumas partes de suspense, mas algumas cenas eram muito trash. Muito sangue e terror mesmo, nada. O lobisomen era só um homem maquiado e não era nada assustador. O engraçado é que ele se transformava, ficava maior, mas as roupas parece que aumentavam e diminuíam de acordo com o tamanho do cara. Em suma, era um lobisomen bem elegante.
A história não tem profundidade: de repente, existe um lobisomen que ataca todo mundo e acaba mordendo o rapaz que também se torna monstro. No fim, aparece outro lobisomen. Os dois brigam, um morre. O que mata depois é morto com uma bala de prata, mas acaba deixando sua herança genética, já que deixa um detetive ferido.
Não dá para entender de onde veio a maldição, se é de família, se foi uma bruxa, se veio do inferno, sei lá. As transformações parecem do clip "Thriller", do Michael Jackson, aliás, naquele clipe, ele está muito mais assustador do que o lobisomen do filme de ontem. Acho que até a Fera, de "A Bela e a Fera" me deu mais medo.
A parte boa do filme, é a crueldade do lobisomen. Isso não dá para negar. Ele estraçalha mesmo. O ruim é que não há uma história legal, não há um porquê para tudo e nem um fim satisfatório. E nem é assustador. Está mais para filme do "Zé do Caixão".
Gosto de fimes de terror que não me deixam dormir depois. Daqueles em que eu fico com medo de olhar debaixo da cama ou pela janela do quarto. Daqueles em que a musiquinha de suspense fica na cabeça durante uma semana. Daqueles que fazem vocês se assustar por qualquer coisa em casa. Isso sim é que é filme de terror.
Não sou crítico de filme e nem entendo sobre o assunto. Longe disso. Mas o de ontem realmente me decepcionou. Ainda bem que paguei só R$ 5,00 no cinema de Ibiporã.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Jack Tricolor x Billy, the Fish
Para quem quer ler uma crônica incrível sobre o jogo de ontem entre São Paulo x Santos, pode clicar aqui e ir direto ao blog do Torero.
Ele transformou os dois times em caubóis do velho oeste: Jack Tricolor contra Billy, the Fish, e fez os dois se enfrentarem nas ruas empoeiradas de Paulistão City.
Este desenho eu copiei de lá e são de um ilustrador chamado André Bernardino.
Torero, já fez isso nos últimos campeonatos brasileiros. Transformava equipes de futebol em caubóis e fazia os confrontos de acordo com o resultado do jogo. Vale a pena ler, é muito criativo. O último confronto feito por ele foi entre o próprio Billy, the Fish contra Big Green, este que acabou saindo vencedor.
Ele transformou os dois times em caubóis do velho oeste: Jack Tricolor contra Billy, the Fish, e fez os dois se enfrentarem nas ruas empoeiradas de Paulistão City.
Este desenho eu copiei de lá e são de um ilustrador chamado André Bernardino.
Torero, já fez isso nos últimos campeonatos brasileiros. Transformava equipes de futebol em caubóis e fazia os confrontos de acordo com o resultado do jogo. Vale a pena ler, é muito criativo. O último confronto feito por ele foi entre o próprio Billy, the Fish contra Big Green, este que acabou saindo vencedor.
sábado, 10 de abril de 2010
A morte de Altiva
Eu tinha só 10 anos de idade quando a novela "A Indomada" foi ao ar pela Rede Globo. Mas eu ainda me lembro perfeitamente de uma cena: a morte de Altiva, a vilã da novela.
A Altiva, interpretada por Eva Wilma foi uma das melhores vilãs que eu já vi. Além de horrivelmente má e megera, era também muito engraçada. Seu toque de humor vinham nas palavras em inglês que ela sempre dizia: "Of course", "My God". Inglês com sotaque nordestino, o que ficava muito engraçado.
Acho que foi a partir daí que eu comecei a gostar de vilões (da ficção, que fique bem claro). Sempre torço para finais surpreendentes, como vilões se dando bem.
A cena em que Altiva morre é demais. Ela tenta matar a Adriana Esteves (não me lembro o nome da personagem), mas acaba morrendo queimada. Na cena, Eva Wilma é sensacional. Altiva se utiliza de jargões utilizados em toda a trama, como "Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque nunca morre", ou "Yes" muitas vezes, "My God", etc.
Postei aí em baixo a cena da morte de Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque que eu encontrei no Youtube. Vale a pena ver.
E o melhor é que, ao morrer, ela aparece numa nuvem de fumaça sobre a cidade e promete vingança. É claro, como os vilões tradicionais, ela promete voltar, mas com um sonoro "I'll be back". Sensacional.
A Altiva, interpretada por Eva Wilma foi uma das melhores vilãs que eu já vi. Além de horrivelmente má e megera, era também muito engraçada. Seu toque de humor vinham nas palavras em inglês que ela sempre dizia: "Of course", "My God". Inglês com sotaque nordestino, o que ficava muito engraçado.
Acho que foi a partir daí que eu comecei a gostar de vilões (da ficção, que fique bem claro). Sempre torço para finais surpreendentes, como vilões se dando bem.
A cena em que Altiva morre é demais. Ela tenta matar a Adriana Esteves (não me lembro o nome da personagem), mas acaba morrendo queimada. Na cena, Eva Wilma é sensacional. Altiva se utiliza de jargões utilizados em toda a trama, como "Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque nunca morre", ou "Yes" muitas vezes, "My God", etc.
Postei aí em baixo a cena da morte de Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque que eu encontrei no Youtube. Vale a pena ver.
E o melhor é que, ao morrer, ela aparece numa nuvem de fumaça sobre a cidade e promete vingança. É claro, como os vilões tradicionais, ela promete voltar, mas com um sonoro "I'll be back". Sensacional.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Minhas primas me odeiam
Não sei porquê, mas elas me odeiam. Eu que tenho tanta facilidade com crianças, as crianças gostam de mim, mas minhas primas não. Ontem mesmo, parecia uma creche. Eu moro do lado de uma escola e antes da aula, a molecada vem aqui em casa conversar comigo à toa. Esses dias eu escutei eles discutindo quem era meu amigo há mais tempo.
Mas com as minhas primas é diferente. Não posso dizer que são todas, claro que não são. São as mais novinhas. Aquelas com um, dois, até três anos.
A Maria Luiza, por exemplo, tem uns três anos e me odeia. Ela fala de tudo, com todo mundo, conta histórias, uma gracinha. Mas quando me vê, fecha a cara. Uma vez, eu estava sentado na frente dela e ela estava olhando para um lado. Para que ela pudesse olhar para a mãe dela, que estava chamando, teria que passar o olhar por mim para chegar à mãe, que estava do outro lado. Pois a filha da mãe foi virando a cabeça, virando, virando, e quando o olhar passaria por mim, ela fechou os olhos. Só abriu quando chegou do outro lado.
Ela nunca veio no meu colo. Ela nunca falou comigo. Ah, falou sim, umas duas vezes, quando ela veio pedir meu capacete, porque ela adora capacetes. Mas foi puro interesse. E eu nem vou falar aqui que ela já me chutou, deu tapas e esnobou. E eu juro (e olha que dizem que não se pode jurar), juro mesmo, que nunca fiz nada de errado àquela menina!
Já com a outra prima, a Isadora, que tem quase um ano, é diferente. Bem diferente. É muito pior! Aquela lá jamais me deu um sorriso. Jamais me deu um abraço. Jamais me mandou um beijo. Jamais fez algo para mim que lembrasse qualquer tipo de carinho ou simpatia. Pelo contrário.
Quando meu tio chega em casa com ela, a menina fica olhando, olhando, olhando. Sabe quando você olha só para vigiar, porque se você virar as costas aquilo que você está olhando vai te pegar? Parece que é assim que ela me vê. Se eu chego perto, ela vira e abraça quem a estiver segurando (e quando eu digo "quem a estiver segurando" eu quero dizer qualquer pessoa mesmo, porque ela só não vem comigo).
Eu sou assim:
Mas a Isadora me vê assim:
Quem me vê escrever isto pode até dizer que é exagero e que a Isadora é só um bebê. Mas não é. Como é que com todo mundo ela brinca, sorri, abraça e manda beijo e pra mim não? Ela sabe muito bem o que está fazendo.
Mas anteontem eu me vinguei. Depois de tentar pela 53264º vez pegar ela no colo, eu consegui. Mas ela aprontou um berreiro tão alto, que parecia que, em vez de pegar no colo, eu tinha quebrado o braço, arrancado os cabelos, esmurrado, jogado no chão e apertado até os olhos saltarem para fora, tamanha era a gritaria e o pânico que podia se ver nos olhos daquela criança.
Desisti. Saí pra rua. Quando voltei, lá estava ela, brincando sozinha na área de casa, sorrindo. Quando me viu, parou, como os zagueiros paravam na frente de Garrincha e como param hoje na frente de Messi. O silêncio se fez. Dois caubóis esperando o menor movimento do adversário para sacar a arma com mais rapidez. Mas desta vez eu venci.
Gritei: "Chora! Chora! Chora! Eu cheguei! Chora!" E batia no muro enquanto falava.
Ela entrou em desespero e começou a chorar, esguelar e espernear de terror. Minha tia veio ao socorro da garota. Meu dever estava cumprido. Soltei a mesma risada do final de "Thriller" e entrei em casa. Depois até me arrependi, porque sei que agora é que ela não vai mesmo gostar de mim.
Hoje a minha tia me perguntou se eu poderia tirar fotos no aniversário dela de um ano. É claro que eu recusei. Eu gosto muito da Isadora, mas se for eu o fotógrafo, a coitada vai ficar com cara de pânico em todas as fotos. Vai ser o pior aniversário da vida dela. A primeira palavra que ela disse será "Danilo". Vou à festa, mas disfarçado.
A não ser que eu coloque uma máscara de Chuck, de Jason, de Pânico ou Michael Jackson. Com certeza ela tem menos medo deles do que de mim.
Mas com as minhas primas é diferente. Não posso dizer que são todas, claro que não são. São as mais novinhas. Aquelas com um, dois, até três anos.
A Maria Luiza, por exemplo, tem uns três anos e me odeia. Ela fala de tudo, com todo mundo, conta histórias, uma gracinha. Mas quando me vê, fecha a cara. Uma vez, eu estava sentado na frente dela e ela estava olhando para um lado. Para que ela pudesse olhar para a mãe dela, que estava chamando, teria que passar o olhar por mim para chegar à mãe, que estava do outro lado. Pois a filha da mãe foi virando a cabeça, virando, virando, e quando o olhar passaria por mim, ela fechou os olhos. Só abriu quando chegou do outro lado.
Ela nunca veio no meu colo. Ela nunca falou comigo. Ah, falou sim, umas duas vezes, quando ela veio pedir meu capacete, porque ela adora capacetes. Mas foi puro interesse. E eu nem vou falar aqui que ela já me chutou, deu tapas e esnobou. E eu juro (e olha que dizem que não se pode jurar), juro mesmo, que nunca fiz nada de errado àquela menina!
Já com a outra prima, a Isadora, que tem quase um ano, é diferente. Bem diferente. É muito pior! Aquela lá jamais me deu um sorriso. Jamais me deu um abraço. Jamais me mandou um beijo. Jamais fez algo para mim que lembrasse qualquer tipo de carinho ou simpatia. Pelo contrário.
Quando meu tio chega em casa com ela, a menina fica olhando, olhando, olhando. Sabe quando você olha só para vigiar, porque se você virar as costas aquilo que você está olhando vai te pegar? Parece que é assim que ela me vê. Se eu chego perto, ela vira e abraça quem a estiver segurando (e quando eu digo "quem a estiver segurando" eu quero dizer qualquer pessoa mesmo, porque ela só não vem comigo).
Eu sou assim:
Mas a Isadora me vê assim:
Quem me vê escrever isto pode até dizer que é exagero e que a Isadora é só um bebê. Mas não é. Como é que com todo mundo ela brinca, sorri, abraça e manda beijo e pra mim não? Ela sabe muito bem o que está fazendo.
Mas anteontem eu me vinguei. Depois de tentar pela 53264º vez pegar ela no colo, eu consegui. Mas ela aprontou um berreiro tão alto, que parecia que, em vez de pegar no colo, eu tinha quebrado o braço, arrancado os cabelos, esmurrado, jogado no chão e apertado até os olhos saltarem para fora, tamanha era a gritaria e o pânico que podia se ver nos olhos daquela criança.
Desisti. Saí pra rua. Quando voltei, lá estava ela, brincando sozinha na área de casa, sorrindo. Quando me viu, parou, como os zagueiros paravam na frente de Garrincha e como param hoje na frente de Messi. O silêncio se fez. Dois caubóis esperando o menor movimento do adversário para sacar a arma com mais rapidez. Mas desta vez eu venci.
Gritei: "Chora! Chora! Chora! Eu cheguei! Chora!" E batia no muro enquanto falava.
Ela entrou em desespero e começou a chorar, esguelar e espernear de terror. Minha tia veio ao socorro da garota. Meu dever estava cumprido. Soltei a mesma risada do final de "Thriller" e entrei em casa. Depois até me arrependi, porque sei que agora é que ela não vai mesmo gostar de mim.
Hoje a minha tia me perguntou se eu poderia tirar fotos no aniversário dela de um ano. É claro que eu recusei. Eu gosto muito da Isadora, mas se for eu o fotógrafo, a coitada vai ficar com cara de pânico em todas as fotos. Vai ser o pior aniversário da vida dela. A primeira palavra que ela disse será "Danilo". Vou à festa, mas disfarçado.
A não ser que eu coloque uma máscara de Chuck, de Jason, de Pânico ou Michael Jackson. Com certeza ela tem menos medo deles do que de mim.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Messi no Santos
Não, ele não vem jogar na Vila, se bem que deve ser o maior sonho dele. Mas às vezes eu imagino Robinho, Neymar, Ganso e Messi jogando no Santos. Já pensou?
Aliás, o Barcelona está se mostrando um time tão bom, mas tão bom, que acho que só poderia ser derrotado pelo Santos mesmo.
Aliás, o Barcelona está se mostrando um time tão bom, mas tão bom, que acho que só poderia ser derrotado pelo Santos mesmo.
domingo, 4 de abril de 2010
Pecado imperdoável
Simão está apenas voltando do trabalho, quando vê uma pequena multidão, gritando. Alguns dão risadas altas, outras dizem palavras de baixo calão. Outros ainda cospem, pisoteiam e batem em alguém. Simão fica preocupado. Mas a curiosidade é maior que a compaixão. Ele vai até lá perto e vê que são rapazes aparentemente ricos, pelos carros importados mal estacionados. Eles espancam um morador de rua que, sem poder se defender, nada responde. Apenas apanha. A polícia chega, os rapazes vão embora. Simão, que está atrasado, finge que não vê, dobra a esquina e pensa: "É só um morador de rua mesmo".
Madalena tem um cartaz bem grande na cidade onde mora. Todos a conhecem como a caçadora. Quem tem mais medo dela são as mulheres casadas. Os olhos de homens casados, solteiros ou viúvos sempre reparam no corpo escultural da ainda jovem Madalena. A bola da vez é o padre da paróquia. Com vestidos bem justos e decotes gigantes, ela entra na igreja aos domingos. Um dia, ao vê-la, o padre até errou a oração da Ave-Maria, sendo motivo de sarro dos fiéis. Madalena estava dentro do carro, dirigindo e terminando de se maquiar ao mesmo tempo. Ela pára no farol, quando uma criança de uns cinco anos de idade, com os olhos fundos de fome pede comida. Mas ela está muito atarefa e atrasada. Está indo "ver o padre", como ela mesma diz. Sai ainda no sinal vermelho e, apressada, acaba atropelando a criança. Ela percebe uma batida e diz: "Cachorro infeliz, tomara que não tenha arranhado o para-choque".
Longino foi, durante muitos anos, sargento do exército. Seu jeito durão e sistemático metia medo em quem chegasse perto. Sempre fardado, mesmo depois aposentado, não faltava a uma missa sequer. Respeitado pelo padre, ministros da eucaristia e sacritãos, Longino tinha fama de santo, já que dava ofertas generosas à paróquia, motivo pelo qual tinha sempre lugar cativo nas celebrações e festas promovidas pela igreja. Além de ganhar, de graça, bençãos especiais até do bispo. Em frente a essa mesma igreja, lá está Longino, quando vê um grupo de pessoas batendo em dois bonecos, um com a cara de uma mulher e outro, de um homem. Parece que são recém condenados pela morte de uma garotinha de quatro anos. É a malhação do Judas. Sem titubear, Longino vai até lá, pega uma lança feita por um dos participantes e acerta em cheio o peito de um dos bonecos. As crianças olham com admiração e medo. Ele cospe no chão e diz: "Traidor tem mesmo é que morrer". As crianças assobiam e batem palmas mesmo sem saber quem foi Judas.
Verônica é daquelas mulheres com mania de comprar roupas. O guarda-roupas dela é do tamanho da parede. Vestidos e mais vestidos. Calças e mais calças. Sapatos e mais sapatos. Tênis e mais tênis. Blusas e mais blusas. Aos montes. Mais da metade está até com etiqueta ainda. Algumas ela nem se lembra como comprou, só sabe que foi no impulso. É sexta-feira e Verônica se prepara para sair. Um dia antes, como que por milagre, ela juntou várias peças de roupa que não usaria mais. Queria se desfazer delas. Um pouco antes de sair de casa, ela ouve uma propaganda no rádio dizendo que a Pastoral da Criança da cidade onde mora está arrecadando roupas para fazer um bazar beneficente. Verônica se empolga. Mas ela não aguenta mais ver aquelas roupas "velhas" lá no canto da sala, ensacadas. Sem paciência e já atrasada, ela joga as roupas na beira da rua e bota fogo. Verônica pensa: "Estavam muito velhas mesmo".
Dimas acabou de sair da prisão. Estava preso por assalto a mão armada. Cumpriu a pena e agora, em liberdade, seu maior desejo é reconstruir a vida com dignidade. Quer ir à Igreja e aproveitar a semana santa. Ele está andando depressa, pois está meio atrasado. No caminho, Dimas dá de cara com um homem cego, sentado à beira da calçada, pedindo esmolas. O impulso fala mais alto e Dimas rouba algumas moedas do recipiente onde o cego guardava as esmolas. Ele aperta o passo e pensa: "Vagabundo, em vez de trabalhar, finge que é cego pra viver às custas dos outros".
Simão, Madalena, Longino, Verônica e Dimas moram cada canto um em um canto da cidade, não se conhecem, mas estão indo ao mesmo lugar. Todos se consideram pessoas de bem, sem pecado e boas de coração. Todos vão à missa aos domingos, sentem orgulho de si mesmos e gritam isso aos quatro ventos. Hoje, Sexta-Feira santa, um dos dias mais importantes do ano para os cinco, eles se encontram com os outros fiéis para a celebração da morte de Jesus. Eles estão atrasados e não podem perder tempo com coisas fúteis que encontram no meio do caminho. Vai que chegam atrasados à celebração. E isso, segundo eles, é pecado imperdoável.
Madalena tem um cartaz bem grande na cidade onde mora. Todos a conhecem como a caçadora. Quem tem mais medo dela são as mulheres casadas. Os olhos de homens casados, solteiros ou viúvos sempre reparam no corpo escultural da ainda jovem Madalena. A bola da vez é o padre da paróquia. Com vestidos bem justos e decotes gigantes, ela entra na igreja aos domingos. Um dia, ao vê-la, o padre até errou a oração da Ave-Maria, sendo motivo de sarro dos fiéis. Madalena estava dentro do carro, dirigindo e terminando de se maquiar ao mesmo tempo. Ela pára no farol, quando uma criança de uns cinco anos de idade, com os olhos fundos de fome pede comida. Mas ela está muito atarefa e atrasada. Está indo "ver o padre", como ela mesma diz. Sai ainda no sinal vermelho e, apressada, acaba atropelando a criança. Ela percebe uma batida e diz: "Cachorro infeliz, tomara que não tenha arranhado o para-choque".
Longino foi, durante muitos anos, sargento do exército. Seu jeito durão e sistemático metia medo em quem chegasse perto. Sempre fardado, mesmo depois aposentado, não faltava a uma missa sequer. Respeitado pelo padre, ministros da eucaristia e sacritãos, Longino tinha fama de santo, já que dava ofertas generosas à paróquia, motivo pelo qual tinha sempre lugar cativo nas celebrações e festas promovidas pela igreja. Além de ganhar, de graça, bençãos especiais até do bispo. Em frente a essa mesma igreja, lá está Longino, quando vê um grupo de pessoas batendo em dois bonecos, um com a cara de uma mulher e outro, de um homem. Parece que são recém condenados pela morte de uma garotinha de quatro anos. É a malhação do Judas. Sem titubear, Longino vai até lá, pega uma lança feita por um dos participantes e acerta em cheio o peito de um dos bonecos. As crianças olham com admiração e medo. Ele cospe no chão e diz: "Traidor tem mesmo é que morrer". As crianças assobiam e batem palmas mesmo sem saber quem foi Judas.
Verônica é daquelas mulheres com mania de comprar roupas. O guarda-roupas dela é do tamanho da parede. Vestidos e mais vestidos. Calças e mais calças. Sapatos e mais sapatos. Tênis e mais tênis. Blusas e mais blusas. Aos montes. Mais da metade está até com etiqueta ainda. Algumas ela nem se lembra como comprou, só sabe que foi no impulso. É sexta-feira e Verônica se prepara para sair. Um dia antes, como que por milagre, ela juntou várias peças de roupa que não usaria mais. Queria se desfazer delas. Um pouco antes de sair de casa, ela ouve uma propaganda no rádio dizendo que a Pastoral da Criança da cidade onde mora está arrecadando roupas para fazer um bazar beneficente. Verônica se empolga. Mas ela não aguenta mais ver aquelas roupas "velhas" lá no canto da sala, ensacadas. Sem paciência e já atrasada, ela joga as roupas na beira da rua e bota fogo. Verônica pensa: "Estavam muito velhas mesmo".
Dimas acabou de sair da prisão. Estava preso por assalto a mão armada. Cumpriu a pena e agora, em liberdade, seu maior desejo é reconstruir a vida com dignidade. Quer ir à Igreja e aproveitar a semana santa. Ele está andando depressa, pois está meio atrasado. No caminho, Dimas dá de cara com um homem cego, sentado à beira da calçada, pedindo esmolas. O impulso fala mais alto e Dimas rouba algumas moedas do recipiente onde o cego guardava as esmolas. Ele aperta o passo e pensa: "Vagabundo, em vez de trabalhar, finge que é cego pra viver às custas dos outros".
Simão, Madalena, Longino, Verônica e Dimas moram cada canto um em um canto da cidade, não se conhecem, mas estão indo ao mesmo lugar. Todos se consideram pessoas de bem, sem pecado e boas de coração. Todos vão à missa aos domingos, sentem orgulho de si mesmos e gritam isso aos quatro ventos. Hoje, Sexta-Feira santa, um dos dias mais importantes do ano para os cinco, eles se encontram com os outros fiéis para a celebração da morte de Jesus. Eles estão atrasados e não podem perder tempo com coisas fúteis que encontram no meio do caminho. Vai que chegam atrasados à celebração. E isso, segundo eles, é pecado imperdoável.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Proezas do Menino Jesus
Vou aproveitar a Sexta-Feira Santa (ou Sexta-Feira Maior, como diz minha avó) e falar sobre Jesus. Mais precisamente sobre o menino Jesus. Mais precisamente ainda sobre as proezas do menino Jesus.
Andando meses atrás em um sebo de Londrina (como eu adoro sebos!), procurava algum livro que me interessasse. De repente, meio sem querer, encontrei um com o título "Proezas do Menino Jesus", de Luís Jardim. Todo velho, meio sujo, usadão mesmo. Nunca tinha lido nada deste autor. Como a obra custava só R$ 3,00, comprei.
Mas o que eu nunca imaginava era que seria um dos melhores livros que já li em toda a minha vida.
Para começar, ele todo é meio poesia, meio prosa. Conta a história do menino Jesus. Como na Bíblia não há essa parte, o autor resolveu escrevê-la e acabou contando a história de um menino comum, que vive no interior de qualquer cidade pelo Brasil afora. Tinha amigos, brincava, e fazia tudo o que um menino normal faria.
Luís Jardim se refere à mãe de Jesus como Dona Maria e ao como como o Velho José. Jesus também tem amigos: Pedro, dois Tiagos (um dos quais era chamado de Tiá), Judas, Francisco (o menino que gostava dos animais), João, Bartolomeu e outros. O menino Jesus também conversava com os animais.
A maneira como o autor conta a história é tão cativante, que dá vontade até de chorar. Jesus e os amigos fazem muitas brincadeiras. Numa delas, um circo, cada um tem de fazer um número. Jesus faz mágica. Depois faz instrumentos tocarem sozinhos. Pedro, conversando depois com o menino, insinua que aquilo que ele faz parece até milagre, mas Jesus insiste que são truques.
O mais legal é que, no decorrer da história acontecem coisas que ainda vão acontecer na vida adulta do menino, como as tentações, a mulher adúltera (no livro, a menina Madalena), os vedilhões do templo. Mas em cada caso, Jesus resolve de uma maneira bem criança de ser. É lindo!
E há passagens lindíssimas, como o capítulo "Um sonho dentro de um sonho". O menino Jesus sonha que ele mesmo está sonhando:
"Se neste sonho quem sonha não sabe que o sonho do outro menino é o mesmo sonho de quem sonhou; e se não sabe que o menino sonhado é o mesmo menino que sonha; se não sabe é porque não é tempo ainda de o menino saber que Ele era antes, é agora e será para o resto do sempre depois. Ele nasceu, mas antes do antes já era; Ele morreu, mas está vivo no Depois. Tudo cabe no espaço, mas Ele passa o infinito. Nem d’Ele se diga: foi; e nem d’Ele se diga: será, que Ele é Aquele que É."
O próprio menino ainda não entendia bem o que fazia na Terra. E foi a parte que mais me marcou. Li e reli várias vezes tentando entender. E ainda hoje retorno de vez em quando tentando encontrar outras respostas.
Cada vez que o menino realizava alguma "proeza" alguém dizia: "Ensaias agora, menino, teus passos na vida depois", mas ele mesmo não entendia. Inclusive o livro termina assim, quando Jesus vai embora da cidade onde mora e escolhe um caminho bem estrito e pedregoso, que tem uma cruz lá no final. E o menino João, amigo de Jesus, repete a frase, com os olhos cheios de lágrimas.
Se há uma só palavra para descrever o livro "Proezas do menino Jesus", esta palavra é: MARAVILHOSO.
Todas as pessoas deveriam ter a oportunidade de ler. A sensibilidade com que o autor descreve cada fato é tamanha, que não dá nem para descrever. E olha que o encontrei por acaso, jogadinho lá no canto do sebo.
Você que está lendo isso, pode ter certeza de que o livro "Proezas do menino Jesus" é muito melhor do que isso que eu falei. Terminei de lê-lo no final do ano, mas até agora não encontrava palavras para fazer uma postagem legal. Aproveitei a Sexta-Feira Santa, mesmo assim, as palavras não vieram como eu queria.
Por isso, fico apenas com esta:
MARAVILHOSO.
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