segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O absorvente

Vou contar como foi a primeira (e única) vez que eu usei um absorvente. Foi um pouco traumático para mim, por isso é que estou contando somente agora, depois de tanto tempo, afinal, já faz quase quatro anos. Agora é que eu superei – parcialmente – o trauma.

Eu estava no 1º ano da faculdade e ia de van todos os dias para a aula. Mas aquele dia era especial, pois era o meu aniversário. Ninguém disse nada para mim quando entrei na van. Pensei: “Esqueceram”. Mas fingi que não dei bola. Na volta da aula, ao passar numa outra universidade para pegar umas outras alunas lá, a surpresa:

Um bolo enorme entra na van nas mãos de alguém e todo mundo começa com o “Parabéns pra você, etc etc etc”. Lógico, fiquei feliz com o presente, até porque não estava esperando. Cortamos o bolo, todo mundo comeu, refrigerante pra cá, vinho pra lá.

Quando sobrou um pedaço, me fizeram carregar aquele pratão com pedaço do bolo, no colo. A Larissa disse assim: “O bolo é seu, então leva”. Nem reclamei estava levando. De repende estava eu bem feliz com o bolo no colo quando a Larissa mete uma régua no glacê e taca na minha cara. Quando achei que tinha acabado, a própria Larissa enche a mão e depois a esvazia. Na minha cara de novo. Aí, lambuzou tudo mesmo.

Não conseguia nem respirar mais. Fiquei ali um tempo, imóvel, com a cara cheia de glacê, quando pedi um pano para limpar. Ninguém tinha, a não ser ela. A Larissa (já deu para perceber que não se pode esperar coisas muito boas e gentis desta garota).

Não entendi quando ela tirou aquele saquinho de dentro da bolsa. Abriu e me deu. Disse: “passa”. Não era um pano, era o absorvente. Tive que passar aquilo na cara. Limpei tudo certinho. Foi até bom, era rosinha, cheiroso e macio. A mulher deve se sentir bem usando aquilo. Mas só passei na cara, não testei em mais nenhum lugar.

Depois de limpar, jogaram o absorvente para fora da janela (não sei porque não chamam de curativo, afinal, tem a mesma função de um Band-Aid, por exemplo. Enfim).

Por isso, aquele aniversário ficou marcado como o dia em que usei absorvente pela primeira (e única) vez. Todos da van são testemunhas.



Mas fiquei pensando. E quem foi varrer a rua no outro e achou aquele absorvente cheio de glacê, o que deve ter pensado?

Um comentário:

Sofisma disse...

HUSHAHUSHAUHSUAHUSHAUHUSASA
MUITO CÓMICO.