sábado, 16 de agosto de 2008

O país Michael Phelps

Gente, está no blog do Juca Kfouri. Mas não foi ele quem escreveu. É um artigo do ROBERTO VIEIRA postado ontem no blog. Veja a análise que ele faz sobre o nadador Michael Phelps e a educação no Brasil. Fantástico!

Caso o fenômeno Michael Phelps fosse um país, ele estaria em sétimo lugar no quadro de medalhas.

Na frente da Rússia e da Austrália.

Da França e do Reino Unido.

Milhas e milhas distante do Brasil com suas quatro medalhas de bronze.

Michael Phelps que já igualou o total de medalhas de ouro do Brasil em 88 anos de participações nos Jogos.

Uma coisa é certa.

O americano é fruto de uma sociedade em que as crianças podem estudar, comer e praticar esportes.

Coisas que no Brasil estão longe da realidade dos jovens.

Michael Phelps é uma consequência e não um semideus. Não é um milagre. Mas um resultado.

As escolas brasileiras não carecem apenas de quadras poliesportivas, de piscinas, de pistas de corrida.

As escolas brasileiras carecem de livros, de professores, de condições mínimas de cidadania.

A pobreza do jovem brasileiro vai além da falta de uma sunga de natação, da falta de um tênis de competição.

Os jovens brasileiros não sabem ler, nem escrever, nem fazer uma equação de primeiro grau.

Ficam felizes da vida quando sabem fazer um elástico, uma bicicleta, um gol de cabeça.

Pena que a vida não é apenas um jogo de futebol.

Os jogadores de basquete americano são todos universitários.

Os craques brasileiros são na sua maioria analfabetos funcionais.

Não é culpa deles. É culpa de uma cultura que preza o imediato e despreza o fundamental.

Mais importante do que imaginar Michael Phelps com assento nas Nações Unidas é imaginar o Brasil numa piscina olímpica.

Se afogando por não saber nadar...

Um comentário:

Alexandre disse...

Caraca!
Pessimista, mas real.
[em partes]
Sou daquele tipo de que nem tudo está perdido. Acredito na educação do país, escolhi a educação como área de trabalho e sou otimista quando o assunto é o futuro da educação brasileira.
Bola pra frente!
Abraços, Dan.