O dia do Natal parece que tem uma coisa que faz com que tudo se torne mais bonito. Hoje me deu uma vontade de passar na casa de um monte de gente que fazia um tempão que eu não via. Só para dizer feliz Natal. Foi legal.
Tem um menininho que mora no colégio aqui perto de casa que, quando eu cheguei para dar um abraço nele, a mãe disse: "Olha Andrei, ele não esqueceu de você". Um simples Feliz Natal pode não parecer nada para quem diz, mas pode ser o único presente de natal para quem recebe. Ou até um inofensivo "ho ho ho".
Ontem eu, a Juliana, a Joice, o Pedro Henrique eu meu tio Reginaldo ajudamos a agência dos Correios daqui de Jataizinho a entregar os presentes das crianças que escreveram cartinhas para o Papai Noel. Contratamos um bom velhinho e saímos entregando.
Numa das casas, apareceu não sei de onde uma menininha de uns três anos de idade toda feliz. Ela nem pediu presente. Só disse "Papai Noel, você faz ho ho ho?". Quando ele deu a tão esperada risada, a menina gargalhou de alegria. Parece que não acreditava que era o próprio Papai Noel que estava ali, bem diante dela.
Hoje, a mãe de um outro menino que foi visitado ontem pelo Noel veio dizendo qual foi a reação depois da visita. Segundo ela, o Gabriel disse assim: "Mãe, você não sabe quem é que é amigo do Papai Noel e estava entregando presente com ele: o Danilo". Me senti a própria rena.
Os mais críticos vão dizer agora que o Papai Noel é um símbolo do consumismo, que foi inventado para que as crianças tem mais e mais vontade de comprar, que ele é vermelho por causa da coca-cola. Ou então, os mais moralistas, que o Papai Noel não é o verdadeiro símbolo do Natal, que Natal é o nascimento de Jesus, etc etc etc.
Eu sei. Isso eu já estou cansado de ouvir.
Mas vai dizer estas coisas para uma criança que nunca teve um brinquedo. Ou então que escreve na cartinha dizendo que quer uma cesta básica, material escolar, um sapato, uma simples visita, ou um emprego para a mãe que está desempregada.
Para muitas crianças o Papai Noel ainda é um símbolo de esperança. Elas não tem mais a quem recorrer, por isso escrevem as cartinhas para uma pessoa que pode ajudar. Que mal tem a criança acreditar em Papai Noel?
Por isso é que o Natal é meio mágico e eu gosto disso. Bem que esse clima podia continuar durante o ano todo. Sei lá.
E não me venham com lenga-lenga, por eu tenho certeza que o Papai Noel existe. Não sei se mora mesmo no pólo norte, se desce pela chaminé, se tem gorro vermelho e anda de trenó puxado por um monte de renas estranhas. Só sei que existe. As crianças de ontem me fizeram acreditar nisso.
Alguém pode provar o contrário?
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Férias por conta
Quem é que pode se dar ao luxo de, em plena sexta-feira, 2 da tarde, estar em casa mexendo à toa na internet e escrevendo baboseiras num blog?
Eu, é claro.
Porque estou de férias. Claro que não são exatamente férias, porque fui eu quem decidiu tirá-las. Por conta.
Mas não importa. Depois de alguns aninhos trabalhando, é primeira vez que estou totalmente livre para fazer o que eu quiser. Ou não fazer nada, o que é melhor ainda.
Ou ainda, escrever aqui.
Meus amados e queridos milhões de leitores. Vocês terão postagens mais constantes a partir de agora. Mesmo que sejam sobre baboseiras e futilidades. Até sobre novela eu andei comentando, não é?
Fazer o quê... férias são férias.
Eu, é claro.
Porque estou de férias. Claro que não são exatamente férias, porque fui eu quem decidiu tirá-las. Por conta.
Mas não importa. Depois de alguns aninhos trabalhando, é primeira vez que estou totalmente livre para fazer o que eu quiser. Ou não fazer nada, o que é melhor ainda.
Ou ainda, escrever aqui.
Meus amados e queridos milhões de leitores. Vocês terão postagens mais constantes a partir de agora. Mesmo que sejam sobre baboseiras e futilidades. Até sobre novela eu andei comentando, não é?
Fazer o quê... férias são férias.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
A dona Irene me dá nos nervos
Agora que eu sou uma pessoa recém formada, sem muita coisa útil para fazer nas noites de meio de semana, vou me dar ao luxo de fazer um comentário de luxo.
A dona Irene, personagem da Glória Menezes em "A Favorita", está me dando nos nervos. Me dá até agonia quando ela aparece falando daquele jeito sobre a Flora. Está na cara dela todas as maldades da Pillar. É que, depois de tentar ser primeira dama do Brasil, ela resolveu dar o golpe na Fontini.
Hoje, a Flora se tornou presidente do Conselho Administrativo da empresa. Que trajédia. E tudo culpa da dona Irene, que a turma do Casseta & Planeta está sendo muito feliz em chamar de Glória Manezes. Aquela fala mansa, baixinha, todas aquelas plásticas, me irritam profundamente.
Aliás, se "A Favorita" fosse "Os Mutantes", teríamos a Liga da Justiça, formada pelo jornalista que não trabalha; a Donatella tartaruga ninja; o cometa Halley; e a cafetina Silene "Ai Meu Filho Volta Aqui, Haley, Por Favor Filho, Onde Você Vai? Ai Meu Deus". Teríamos também os tais dos mutantes reptinianos, do mal: o Silveirinha, a Flora e o segurança (alguém me corrija se eu estiver errado, porque essa eu não assisto).
Enfim, o enredo é horroroso, as histórias são impossíveis, mas horrorosa também é forma como isso prende a gente. Faz algum tempo que não perco um capítulo sequer, a não ser no sábado.
Hoje, terminou na hora em que a Lara encontrou a Donatella, que todos achavam que estava morta, mas não está.
Agora eu posso me dar ao luxo, desculpa aí.
A dona Irene, personagem da Glória Menezes em "A Favorita", está me dando nos nervos. Me dá até agonia quando ela aparece falando daquele jeito sobre a Flora. Está na cara dela todas as maldades da Pillar. É que, depois de tentar ser primeira dama do Brasil, ela resolveu dar o golpe na Fontini.
Hoje, a Flora se tornou presidente do Conselho Administrativo da empresa. Que trajédia. E tudo culpa da dona Irene, que a turma do Casseta & Planeta está sendo muito feliz em chamar de Glória Manezes. Aquela fala mansa, baixinha, todas aquelas plásticas, me irritam profundamente.
Aliás, se "A Favorita" fosse "Os Mutantes", teríamos a Liga da Justiça, formada pelo jornalista que não trabalha; a Donatella tartaruga ninja; o cometa Halley; e a cafetina Silene "Ai Meu Filho Volta Aqui, Haley, Por Favor Filho, Onde Você Vai? Ai Meu Deus". Teríamos também os tais dos mutantes reptinianos, do mal: o Silveirinha, a Flora e o segurança (alguém me corrija se eu estiver errado, porque essa eu não assisto).
Enfim, o enredo é horroroso, as histórias são impossíveis, mas horrorosa também é forma como isso prende a gente. Faz algum tempo que não perco um capítulo sequer, a não ser no sábado.
Hoje, terminou na hora em que a Lara encontrou a Donatella, que todos achavam que estava morta, mas não está.
Agora eu posso me dar ao luxo, desculpa aí.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Segunda-feira 13 do cão
Segunda-feira foi um dia atípico. Para pior. Estava zicado mesmo. Sabe quando você acha que nada mais pode dar errado, mas quem é está errado é você? Foi segunda-feira.
Estou num serviço novo. Estou triando livros didáticos. Depois de triar, o serviço é entregar os livros nas escolas, nas cidades da região. Pois bem, ontem fomos eu, um colega de serviço e um motorista da empresa entregar os benditos livros em Assaí e São Sebastião da Amoreira.
Éramos em três para descarregar cerca de três toneladas de livros. Repara na via-crucis.
1º) Para começar, Assaí parece que foi construída em cima da Cordilheira dos Andes - e de propósito, só para fazer sofrer o carteiro. Um sobe e desce sem fim. Cada escola era um sacrifício, porque o caminhão parava na subida - ou descida - e, ao abrir a porta de trás, imagine a situação dos livros.
2º) Em praticamente todas as esocolas tivemos de descarregar sozinhos, pois as aulas haviam terminado e os alunos foram embora. Na única em que havia alunos o diretor não deixou que ajudassem. Mesmo assim, recrutei cincos piás que ajudaram a descarregar. Me comeram R$ 10,00 de gorgeta.
3º) Nesta mesma escola, o motorista do nosso caminhão quis ir ao banheiro. Foi num que tinha dentro da biblioteca. Mas a bibliotecária saiu, foi almoçar, e o trancou lá dentro. E sai todo mundo atrás da mulher. Mais 40 minutos esperando e uma discussão de baixíssimo nível entre a bibliotecária e o motorista.
4º) O pino do freio de mão quebrou, ou seja, ao puxar o freio de mão, tornava-se praticamente impossível "despuxar". Em algumas escolas, o motorista deixava o caminhão engatado e ficava lá dentro pisando no freio enquanto descarregávamos. Mas nesta última, não houve jeito e o freio de mão teve de ser puxado. Para sair, foram necessários martelos; três chaves de boca; algumas chaves de fenda; muito, muito suor; muita, muita força nos braços; e muita, muita paciência.
5º) Na esquina de cima tivemos que parar porque a porta do passageiro não fechava mais. Conserto de gambiarra.
6º) A Secretaria de Educação de Assaí não quis receber os livros das escolas rurais. Resultado: tivemos que entregar em dois lugares: seção Cebolão e seção Pau D'álho. Pelo nome, você deve imaginar a distância, a condição da estrada e o estresse do motorista.
7º) Finalmente, já estressados, chegamos em São Sebastião da Amoreira. O motorista já não respeitava buracos, que não eram poucos. E os livros atrás... só por Deus. Mas eis que surge, no meio dos livros das escolas de Amoreira, um fardo de livros de uma escola de Assaí.
8º) Terminamos de entregar os livros da segunda cidade e voltamos a Assaí. Entregamos os livros esquecidos. Já passava mais de uma hora do horário previsto para a chegada em Londrina.
8º) Voltando, antes de chegar no pedágio de Jataizinho, ainda na rodovia de acesso a Assaí, apareceram, bem na curva, três meninos correndo, brincando no meio da pista. Um passou na frente do caminhão. O outro, correndo atrás foi passar, mas ao ver o caminhão tão perto, tentou voltar. Escorregou. Caiu. O caminhão passou em cima da perna do moleque. O colocamos dentro do camininhão e...
9º)... voltamos para Assaí (ô cidadezinha assombrada). Lá o menino foi hospitalizado, atendido e passa bem. Vai ter que esperar sarar as queimaduras da perna para depois engessar e tornozelo quebrado. Ainda vai um bom tempo longe das pistas, das lagoas e do futebol.
10º) Fizemos o boletim de ocorrência e ainda tivemos que voltar ao local do acidente com a polícia rodoviária para que o motorista do cominhão contasse sua versão do fato, que o policial desenhasse o local, que fossem feitos todos os procedimentos burocráticos. Seguimos rumo a Londrina, três horas e meia depois do horário previsto.
11º) Parece que estámos com um imã de coisas estranhas. Já em Londrina, conseguimos atropelar uma pomba. VOANDO! Foi pena pra todo lado. Isso sem contar o capacete que apareceu rolando na beirada da pista.
Chegamos quatro horas depois do meu horário de sair. Desci rapidamento do caminhão, me benzi. Cheguei em casa e rezei o terço. Será que faltou oração? Não saio mais de casa sem rezar.
Mas, sabe aquele dia que você acha que nada mais pode dar errado, mas quem é está errado é você? Foi segunda-feira.
Estou num serviço novo. Estou triando livros didáticos. Depois de triar, o serviço é entregar os livros nas escolas, nas cidades da região. Pois bem, ontem fomos eu, um colega de serviço e um motorista da empresa entregar os benditos livros em Assaí e São Sebastião da Amoreira.
Éramos em três para descarregar cerca de três toneladas de livros. Repara na via-crucis.
1º) Para começar, Assaí parece que foi construída em cima da Cordilheira dos Andes - e de propósito, só para fazer sofrer o carteiro. Um sobe e desce sem fim. Cada escola era um sacrifício, porque o caminhão parava na subida - ou descida - e, ao abrir a porta de trás, imagine a situação dos livros.
2º) Em praticamente todas as esocolas tivemos de descarregar sozinhos, pois as aulas haviam terminado e os alunos foram embora. Na única em que havia alunos o diretor não deixou que ajudassem. Mesmo assim, recrutei cincos piás que ajudaram a descarregar. Me comeram R$ 10,00 de gorgeta.
3º) Nesta mesma escola, o motorista do nosso caminhão quis ir ao banheiro. Foi num que tinha dentro da biblioteca. Mas a bibliotecária saiu, foi almoçar, e o trancou lá dentro. E sai todo mundo atrás da mulher. Mais 40 minutos esperando e uma discussão de baixíssimo nível entre a bibliotecária e o motorista.
4º) O pino do freio de mão quebrou, ou seja, ao puxar o freio de mão, tornava-se praticamente impossível "despuxar". Em algumas escolas, o motorista deixava o caminhão engatado e ficava lá dentro pisando no freio enquanto descarregávamos. Mas nesta última, não houve jeito e o freio de mão teve de ser puxado. Para sair, foram necessários martelos; três chaves de boca; algumas chaves de fenda; muito, muito suor; muita, muita força nos braços; e muita, muita paciência.
5º) Na esquina de cima tivemos que parar porque a porta do passageiro não fechava mais. Conserto de gambiarra.
6º) A Secretaria de Educação de Assaí não quis receber os livros das escolas rurais. Resultado: tivemos que entregar em dois lugares: seção Cebolão e seção Pau D'álho. Pelo nome, você deve imaginar a distância, a condição da estrada e o estresse do motorista.
7º) Finalmente, já estressados, chegamos em São Sebastião da Amoreira. O motorista já não respeitava buracos, que não eram poucos. E os livros atrás... só por Deus. Mas eis que surge, no meio dos livros das escolas de Amoreira, um fardo de livros de uma escola de Assaí.
8º) Terminamos de entregar os livros da segunda cidade e voltamos a Assaí. Entregamos os livros esquecidos. Já passava mais de uma hora do horário previsto para a chegada em Londrina.
8º) Voltando, antes de chegar no pedágio de Jataizinho, ainda na rodovia de acesso a Assaí, apareceram, bem na curva, três meninos correndo, brincando no meio da pista. Um passou na frente do caminhão. O outro, correndo atrás foi passar, mas ao ver o caminhão tão perto, tentou voltar. Escorregou. Caiu. O caminhão passou em cima da perna do moleque. O colocamos dentro do camininhão e...
9º)... voltamos para Assaí (ô cidadezinha assombrada). Lá o menino foi hospitalizado, atendido e passa bem. Vai ter que esperar sarar as queimaduras da perna para depois engessar e tornozelo quebrado. Ainda vai um bom tempo longe das pistas, das lagoas e do futebol.
10º) Fizemos o boletim de ocorrência e ainda tivemos que voltar ao local do acidente com a polícia rodoviária para que o motorista do cominhão contasse sua versão do fato, que o policial desenhasse o local, que fossem feitos todos os procedimentos burocráticos. Seguimos rumo a Londrina, três horas e meia depois do horário previsto.
11º) Parece que estámos com um imã de coisas estranhas. Já em Londrina, conseguimos atropelar uma pomba. VOANDO! Foi pena pra todo lado. Isso sem contar o capacete que apareceu rolando na beirada da pista.
Chegamos quatro horas depois do meu horário de sair. Desci rapidamento do caminhão, me benzi. Cheguei em casa e rezei o terço. Será que faltou oração? Não saio mais de casa sem rezar.
Mas, sabe aquele dia que você acha que nada mais pode dar errado, mas quem é está errado é você? Foi segunda-feira.
sábado, 6 de dezembro de 2008
Anasor e um dia triste
Nos tempos de ginásio, o pessoal da sala e eu inventamos uma brincadeira de chamar os pessoal pelo nome ao contrário. Olinad, Erdnaxela, Enila, Onurb, Xela, Airíuqlav, Oinotna, Onairda, Ofloda, Ovatsug. Tinha uma professora de Matemática, a Nobuco, que a gente chamava de Ocubon, mas ela não gostava. Até hoje eu não sei o porquê.
Mas tinha um nome que a gente dizia que parecia nome de remédio. Era o da Rosana. Ao contrário, Anasor. Mas ela não ligava. Assim, sempre eu acabo me lembrando dos nomes e também da Rosana.
Aliás, a Rosana estudou comigo desde a 1ª série. Era minha companheira de sala de aula. Na primeira série, fomos convocados a dançar quadrilha na festa junina da cidade. Ela foi o meu primeiro par. Me deu segurança. A Rosana foi também meu segundo par, na 2ª série. Assim como na 3ª série e na 4ª série também.
Nos quatro anos ela usou um chapeuzinho de caipira com umas rendinhas azuis na aba, que tinha umas tranças negras bem longas. As fotos e vídeos não deixam mentir. Quando olho, sinto um certo ar de mico. Mas depois, até gosto e me divirto.
Foi na Rosana que eu dei meu primeiro selinho. E se selinho conta, então, foi na Rosana que eu dei meu primeiro beijo. As meninas tratavam um tal de "selinho" e, se eu não me engano, quando uma menina via a outra com o dedo descruzado, gritava "selinho!". Daí, a menina tinha que pagar uma prenda, que era dar um beijo em algum menino escolhido pela outra.
Uma vez, pegaram a Rosana com o dedo descruzado e a mandaram dar um selinho em mim. Fiquei apavorado. Tinha uns 12 anos, mas nunca havia chegado a menos de meio metro de menina alguma. No final da aula, todos os alunos saíram. Lembro que, além da Rosana e eu, ficaram na sala mais algumas amigas dela e mais uns curiosos. Forçaram, me empurraram, a empurraram e foi. Meu primeiro selinho. Saí correndo, sem olhar pra trás, morrendo de vergonha. Como eu era tonto.
E foi mais ou menos nessa época que a brincadeira dos nomes ao contrário começou. Assim, me tornei Olinad e a Rosana se tornou Anasor.
Eu estava presente também na van da faculdade, no dia em que ela chegou anunciando que havia ganhado uma bolsa de estudos, por meio do Prouni. Ela já havia pagado alguns meses de mensalidade e a partir daquela data, não precisaria mais pagar. Anasor era de família muito humilde e morava com a mãe, que trabalha de varredora de rua.
Anasor trabalhava em Ibiporã e ia todos os dias ao trabalho com a motocicleta que havia comprado há cerca de um ano. Porém ontem, dia 5, na rodovia entre Jataizinho e Ibiporã, indo trabalhar como fazia todos os dias, ao tentar ultrapassar um caminhão, não conseguiu. Foi inevitável. Ninguém sabe como foi. Ninguém viu direito como foi. Mas foi fatal.
Assim, rápido, sem avisar, sem imaginar, como a morte sempre é.
Ontem à noite, no velório, ainda não tinha caído a ficha, assim como ainda não caiu agora, ao escrever estas linhas. Preferi não vê-la no caixão. Preferi deixar gravado na minha memória a imagem dela como eu conheci. Preferi não presenciar o enterro. Preferi não tentar consolar a mãe, nem o irmão, inconsoláveis. Assim como amigos e parentes.
A única coisa da qual passo a ter certeza é de que a vida é muito curta e que a morte é apenas uma passagem para outra vida, junto de Deus. A Rosana passou para esta outra vida. Tudo o que viveu foi intenso. Todas as amizades, sinceras. Por isso é que não estou me derramando em lágrimas, porque eu sei que a morte não é algo definitivo, mas passageiro.
A morte não é um "adeus", mas um "até logo".
Por isso é que eu digo: Vá com Deus amiga. Que Deus reserve um bom lugar para você junto dele. Olhe por nós, que estaremos rezando pelo seu descanso eterno.
Até logo, Anasor.
Mas tinha um nome que a gente dizia que parecia nome de remédio. Era o da Rosana. Ao contrário, Anasor. Mas ela não ligava. Assim, sempre eu acabo me lembrando dos nomes e também da Rosana.
Aliás, a Rosana estudou comigo desde a 1ª série. Era minha companheira de sala de aula. Na primeira série, fomos convocados a dançar quadrilha na festa junina da cidade. Ela foi o meu primeiro par. Me deu segurança. A Rosana foi também meu segundo par, na 2ª série. Assim como na 3ª série e na 4ª série também.
Nos quatro anos ela usou um chapeuzinho de caipira com umas rendinhas azuis na aba, que tinha umas tranças negras bem longas. As fotos e vídeos não deixam mentir. Quando olho, sinto um certo ar de mico. Mas depois, até gosto e me divirto.
Foi na Rosana que eu dei meu primeiro selinho. E se selinho conta, então, foi na Rosana que eu dei meu primeiro beijo. As meninas tratavam um tal de "selinho" e, se eu não me engano, quando uma menina via a outra com o dedo descruzado, gritava "selinho!". Daí, a menina tinha que pagar uma prenda, que era dar um beijo em algum menino escolhido pela outra.
Uma vez, pegaram a Rosana com o dedo descruzado e a mandaram dar um selinho em mim. Fiquei apavorado. Tinha uns 12 anos, mas nunca havia chegado a menos de meio metro de menina alguma. No final da aula, todos os alunos saíram. Lembro que, além da Rosana e eu, ficaram na sala mais algumas amigas dela e mais uns curiosos. Forçaram, me empurraram, a empurraram e foi. Meu primeiro selinho. Saí correndo, sem olhar pra trás, morrendo de vergonha. Como eu era tonto.
E foi mais ou menos nessa época que a brincadeira dos nomes ao contrário começou. Assim, me tornei Olinad e a Rosana se tornou Anasor.
Eu estava presente também na van da faculdade, no dia em que ela chegou anunciando que havia ganhado uma bolsa de estudos, por meio do Prouni. Ela já havia pagado alguns meses de mensalidade e a partir daquela data, não precisaria mais pagar. Anasor era de família muito humilde e morava com a mãe, que trabalha de varredora de rua.
Anasor trabalhava em Ibiporã e ia todos os dias ao trabalho com a motocicleta que havia comprado há cerca de um ano. Porém ontem, dia 5, na rodovia entre Jataizinho e Ibiporã, indo trabalhar como fazia todos os dias, ao tentar ultrapassar um caminhão, não conseguiu. Foi inevitável. Ninguém sabe como foi. Ninguém viu direito como foi. Mas foi fatal.
Assim, rápido, sem avisar, sem imaginar, como a morte sempre é.
Ontem à noite, no velório, ainda não tinha caído a ficha, assim como ainda não caiu agora, ao escrever estas linhas. Preferi não vê-la no caixão. Preferi deixar gravado na minha memória a imagem dela como eu conheci. Preferi não presenciar o enterro. Preferi não tentar consolar a mãe, nem o irmão, inconsoláveis. Assim como amigos e parentes.
A única coisa da qual passo a ter certeza é de que a vida é muito curta e que a morte é apenas uma passagem para outra vida, junto de Deus. A Rosana passou para esta outra vida. Tudo o que viveu foi intenso. Todas as amizades, sinceras. Por isso é que não estou me derramando em lágrimas, porque eu sei que a morte não é algo definitivo, mas passageiro.
A morte não é um "adeus", mas um "até logo".
Por isso é que eu digo: Vá com Deus amiga. Que Deus reserve um bom lugar para você junto dele. Olhe por nós, que estaremos rezando pelo seu descanso eterno.
Até logo, Anasor.
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Mais uma vez, Lula
Está na FOLHA ONLINE
Taxa de aprovação a Lula bate novo recorde e alcança 70%, diz Datafolha
Pesquisa Datafolha mostra que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva é considerado ótimo ou bom por 70% dos brasileiros, maior aprovação de um presidente desde 1990, informa reportagem da Folha (a íntegra da reportagem está disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Nenhum presidente no Brasil desde a redemocratização atingiu esse patamar. O recorde anterior já pertencia ao próprio Lula: 64% o avaliavam positivamente em setembro. A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 28 de novembro.
Segundo o levantamento, o presidente conta com a avaliação positiva da maioria da população em todos os segmentos socioeconômicos e regiões do país. Isso já ocorria no levantamento de setembro, mas agora Lula teve reforçado o apoio sobretudo entre os mais jovens (mais nove pontos), os mais escolarizados (mais nove) e no Sudeste (também mais nove pontos). O Nordeste segue como principal área de apoio a Lula: 81% o avaliam como ótimo ou bom.
Para a realização da pesquisa, o Datafolha ouviu 3.486 brasileiros com mais de 16 anos em todo o país. A margem de erro máxima para os resultados é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Na matéria da FOLHA ONLINE tem um gráfico da trajetória de Lula e sua aprovação por parte da população.
Mas para quem quiser os números mais detalhados da pesquisa vai ter de comprar a Folha de São Paulo de hoje (dia 5). Ou então entrar na matéria da Globo.com.
Resumindo, a grande imprensa se inclui nos 7% de rejeição e tenta disfarçar isso. Mas as pessoas sabem o que é bom e o que é ruim. A maioria, pelo menos.
Será que até o final do mandato ele chega a uns 90%? Ainda faltam 2 anos...
Taxa de aprovação a Lula bate novo recorde e alcança 70%, diz Datafolha
Pesquisa Datafolha mostra que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva é considerado ótimo ou bom por 70% dos brasileiros, maior aprovação de um presidente desde 1990, informa reportagem da Folha (a íntegra da reportagem está disponível para assinantes do UOL e do jornal).
Nenhum presidente no Brasil desde a redemocratização atingiu esse patamar. O recorde anterior já pertencia ao próprio Lula: 64% o avaliavam positivamente em setembro. A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 28 de novembro.
Segundo o levantamento, o presidente conta com a avaliação positiva da maioria da população em todos os segmentos socioeconômicos e regiões do país. Isso já ocorria no levantamento de setembro, mas agora Lula teve reforçado o apoio sobretudo entre os mais jovens (mais nove pontos), os mais escolarizados (mais nove) e no Sudeste (também mais nove pontos). O Nordeste segue como principal área de apoio a Lula: 81% o avaliam como ótimo ou bom.
Para a realização da pesquisa, o Datafolha ouviu 3.486 brasileiros com mais de 16 anos em todo o país. A margem de erro máxima para os resultados é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Na matéria da FOLHA ONLINE tem um gráfico da trajetória de Lula e sua aprovação por parte da população.
Mas para quem quiser os números mais detalhados da pesquisa vai ter de comprar a Folha de São Paulo de hoje (dia 5). Ou então entrar na matéria da Globo.com.
Resumindo, a grande imprensa se inclui nos 7% de rejeição e tenta disfarçar isso. Mas as pessoas sabem o que é bom e o que é ruim. A maioria, pelo menos.
Será que até o final do mandato ele chega a uns 90%? Ainda faltam 2 anos...
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