segunda-feira, 30 de junho de 2008

Soneto da Infidelidade

De tudo ao meu eleitor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que em face do maior escândalo
Dele eu esconda mais o meu pensamento

Quero enganá-lo em cada vão momento
E para seu horror hei de me cobrir com um manto
Falar doçuras e mostrar meu encanto
Sem parar e sem seu consentimento

Sendo assim, quando mais tarde me descubra
Quem sabe a sorte, da qual a política vive
Quem sabe o cidadão, que na eleição se ama

E eu possa lhe dizer do voto (que tive)
Que não seja imoral, nem cheio de lama
Mas que seja infinito, e que dure.

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