sábado, 17 de janeiro de 2009

Romário e A Favorita




Sabe aquele ditado que diz que o jogador tem de parar de jogar quando está no auge? Pois é. O Pelé fez isso. Parou aos 34, como melhor do mundo de todos os tempos, como rei, o cara que fez mais gols, que bateu todos os recordes, o jogador perfeito que vai ser lembrado para sempre. Já pensou se ele tivesse esperado mais alguns anos? Poderia ser que ele tivesse entrado em decadência e participado do fiasco da copa de 1974, por exemplo.

O Romário fez isso. Em vez de parar no auge, esperou, esperou, esperou e esperou, tamanha era a ambição dos mil gols. Passou o auge, que abrangeu a copa de 1994, quando foi eleito melhor jogador do mundo, até meados de 1998, quando foi cortado da copa por lesão. Fez alarde, parou de jogar umas 15 vezes e quis fazer os mil, contando até os gols no mirim do Volta Redonda e nas peladas de futvêlei. A bola batia na rede, era gol. Afinal, rede é gol, né peixe?

O auge. Este é o momento da despedida.

A "A Favorita" poderia ter terminado muito antes, no auge. Mas o autor foi dando uma de Romário, esperando, esperando e esperando. E a novela foi ficando monótona, monótona e monótona cada vez mais. Até que terminou num final tão óbvio, sem mortes, sem emoção e com a turma do bem se dando bem no final, sem um arranhão sequer.

Por que a Lara não atirou na Flora? Seria emocionante ela indo parar na cadeia junto com a mãe. Tipo, o mesmo sangue assassino.

A fuga da Flora depois da armação da Donatella no teatro não teve nada a ver. A volta dela disfarçada de garçonete. A fantasma; a dupla sertaneja; A liga da justiça sempre com as mesmas falas: "Vai dar tudo certo" (654 vezes só ontem); "Calma filho" (238 vezes); "Desgraçada" (8956 vezes); "Onde você vai filho, Haley volta aqui" (125 vezes); "Ai meu Deus" (458 vezes cada personagem); "Ai, meu Deus, Zé" (8026 vezes).

Por que a Flora não matou a Donatella? O que a múmia da dona Irene tava fazendo com aquela arma na mão? Que graça teve o Zé Bob não morrer? E o Slverinha querendo ser empresário de música? E o "Beijinho Doce"?

No fim, virei a casaca.

Acabei torcendo pra Flora vencer no final. Não aguentava mais aquela cara de coitada da Donatella; não aguentava mais aquela cara de "eu sou demais" da Lara; nem da cara plastificada da Irene; nem de ninguém da Liga da Justiça.

Sobre o Romário, ninguém lembra dele como o grande jogador que foi (a não ser a Globo), mas no cara que parou depois do que devia.

A Favorita, idem. A novela se arrastou tanto que virou um porre. Igual foi a carreira do Romário.

Nenhum comentário: