segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Regras de várzea, futebol do Paraná

15 times jogam entre si em turno único. Veja bem: 15 times. Ou seja, a cada rodada um time fica sem jogar, porque não vai ter com quem jogar. Destes 15 times, oito passam para a próxima fase.

Na segunda fase, os times jogam novamente entre si. O time que fizer mais pontos é o campeão.

No entanto há um detalhe importante: o que time que terminar a primeira fase na 1º colocação, começa a segunda fase com dois pontos. O time que ficar em 2º lugar começa a fase seguinte com um ponto, enquanto os outros jogam em pé de igualdade.

A fase anterior não importa mais.

Quem ficar em 3º tem os mesmos direitos de quem ficou em 4º, 5º, 6º, 7º e 8º. Ou seja, o que vale não é lutar para ficar nas primeiras colocações, mas se poupar para a segunda fase.

Os dois pontos que o 1º colocado leva para a segunda fase vieram de onde? E o ponto do 2º?

É, parece até campeonato daqueles de várzea, onde o que menos importa são regras claras. Mas não é. Este é o Campeonato Paranense 2009 de futebol. Regras absurdas e mirabolantes, que deixam o campeonato confuso e distanciam cada vez mais o futebol paranaense da elite Rio-São Paulo-Minas.

Não é a primeira vez. No ano passado, depois da primeira fase , oito times se classificavam e formavam outros dois grupos com pontos zerados. Os melhores de cada grupo faziam as semi-finais, mas a vantagem do empate era de quem havia melhor se classificado lááááá primeira fase. Ou seja, uma confusão danada. No fim, até agora eu não sei porque foram Coritiba e Atlético Paranaense para a final.

Quando campeonato tem regras claras, simples e objetivas, dá credibilidade. É assim que acontece em São Paulo. Ou no Rio de Janeiro, onde a Taça Guanabara e a Taça Rio são disputadas há uns 300 anos, sem mudar regra.

Mas a Federação Paranaense de Futebol complica cada vez mais. Não seria muito mais simples se o campeonato fosse em turno returno, sendo o campeão aquele que somar mais pontos? Ou então, que os melhores se classificassem e se enfrentassem em semi-finais, ou quartas-de-finais para decidir o campeão?

Como a FPF quer que o futebol do Paraná seja mais valorizado se ela mesma promove esses campeonatos de várzea?

Eu, que gosto de futebol, e gosto muito do Londrina Esporte Clube, torço para que o futebol do meu estado seja levado mais a sério. Enquanto isso não acontece, continuo torcendo para o Santos, que é de São Paulo.

Mesmo preferindo o Londrina.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Um novo leitor

Algumas pessoas lêem meu blog porque não têm mais nada o que fazer na vida.

Outras lêem para dizer que eu não tenho mais nada o que fazer na vida.

Outras lêem para tentar achar erros de português (o que não é muito difícil),

Outras ainda, lêem de tanto eu insistir, comentar, falar, ligar, correr atrás, sequestrar pai e mãe, ameaçar de morte. Enfim.

Mas tem aquelas pessoas - acreditem - que gostam de ler o blog. Não, não estou brincando, não. Elas entram, lêem, comentam no blog, comentam comigo.

E tem outros - pasmem mais ainda, senhoras e senhores - que são novos leitores. É isso mesmo, novos leitores.

Ontem eu estava no MSN, quando fui surpreendido com uma mensagem: "Ow, seu blog é muito legal". Era o Matheus. Ele tem uns 11 anos e começou a ler umas postagens e gostou.

Daí, enquanto eu navegava, de repente ele escrevia dizendo que tal postagem era legal. Olha que emocionante. Isso mostra que, talvez, meu anjo "Consciência-Leve" seja meio pé-no-chão.

Parabéns Matheus! Não por escolher meu blog para ler, mas por aguentar a ler.

E para a "sorte" de todos os meus outros bilhões de leitores, o Matheus me encorajou a escrever mais. Para quem se achava livre de mim. Ainda estou na ativa. E sem viagra!

Ah, Matheus, só uma dica: vai ler coisa que presta, cara!

(Mas quando não tiver nada que presta pra ler, dá uma passadinha aqui no blog.)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Contra o feiticeiro

Alguém se lembra daquele post em que falei sobre a arte de andar de ônibus?

- Claro que não, né, Danilo... ninguém lê essa porcaria de blog.

Ai, desculpa, é meu anjo "Pé-No-Chão".

- Não liga não, Danilo. Isso não importa. Eles não sabem o que perdem. Seu blog é fantástico!

Ai, desculpa, esse é meu anjo "Consciência-Leve". É o que eu mais gosto. Sempre sigo os conselhos dele. Por isso é que eu tenho esse blog. Por isso é que vou continuar essa postagem.

Voltando ao assunto, hoje o feitiço virou contra o feiticeiro. Acordei, estava a maior chuva, daquelas de arrebentar. Tive que enfrentar o busão: janelas fechadas, embaçadas, aquele calor, lotado, as regatas. Passei mal pra ir e pra voltar. Desacostumei. Ou talvez foi castigo.

Ah, já sei o que foi. Foi praga do povo do ônibus! Bem que eu percebi que quando eu entrei no ônibus hoje de manhã e depois à tarde, o pessoal estava me olhando de um jeito muito estranho. Uns com raiva, outros com cara de "bemfeito!". Com certeza todos eles leram o blog.

- Ah, Danilo, me poupe, ninguém perde tempo lendo isso aqui, não.

- Claro que foi praga, Danilo! Eles estavam lendo seu blog, que é fantástico, e acabaram lendo aquela postagem e rogaram praga sim!

Concordo com o "Consciência-Leve". Adoro esse anjo.

"Agora, quer ver o inferno? Experimenta pegar um coletivo às seis da tarde, num dia bem chuvoso. No calor ou no frio, tanto faz."

Lembra quando eu escrevi isso? Pois é, hoje eu lembrei bem.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Romário e A Favorita




Sabe aquele ditado que diz que o jogador tem de parar de jogar quando está no auge? Pois é. O Pelé fez isso. Parou aos 34, como melhor do mundo de todos os tempos, como rei, o cara que fez mais gols, que bateu todos os recordes, o jogador perfeito que vai ser lembrado para sempre. Já pensou se ele tivesse esperado mais alguns anos? Poderia ser que ele tivesse entrado em decadência e participado do fiasco da copa de 1974, por exemplo.

O Romário fez isso. Em vez de parar no auge, esperou, esperou, esperou e esperou, tamanha era a ambição dos mil gols. Passou o auge, que abrangeu a copa de 1994, quando foi eleito melhor jogador do mundo, até meados de 1998, quando foi cortado da copa por lesão. Fez alarde, parou de jogar umas 15 vezes e quis fazer os mil, contando até os gols no mirim do Volta Redonda e nas peladas de futvêlei. A bola batia na rede, era gol. Afinal, rede é gol, né peixe?

O auge. Este é o momento da despedida.

A "A Favorita" poderia ter terminado muito antes, no auge. Mas o autor foi dando uma de Romário, esperando, esperando e esperando. E a novela foi ficando monótona, monótona e monótona cada vez mais. Até que terminou num final tão óbvio, sem mortes, sem emoção e com a turma do bem se dando bem no final, sem um arranhão sequer.

Por que a Lara não atirou na Flora? Seria emocionante ela indo parar na cadeia junto com a mãe. Tipo, o mesmo sangue assassino.

A fuga da Flora depois da armação da Donatella no teatro não teve nada a ver. A volta dela disfarçada de garçonete. A fantasma; a dupla sertaneja; A liga da justiça sempre com as mesmas falas: "Vai dar tudo certo" (654 vezes só ontem); "Calma filho" (238 vezes); "Desgraçada" (8956 vezes); "Onde você vai filho, Haley volta aqui" (125 vezes); "Ai meu Deus" (458 vezes cada personagem); "Ai, meu Deus, Zé" (8026 vezes).

Por que a Flora não matou a Donatella? O que a múmia da dona Irene tava fazendo com aquela arma na mão? Que graça teve o Zé Bob não morrer? E o Slverinha querendo ser empresário de música? E o "Beijinho Doce"?

No fim, virei a casaca.

Acabei torcendo pra Flora vencer no final. Não aguentava mais aquela cara de coitada da Donatella; não aguentava mais aquela cara de "eu sou demais" da Lara; nem da cara plastificada da Irene; nem de ninguém da Liga da Justiça.

Sobre o Romário, ninguém lembra dele como o grande jogador que foi (a não ser a Globo), mas no cara que parou depois do que devia.

A Favorita, idem. A novela se arrastou tanto que virou um porre. Igual foi a carreira do Romário.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Eu odeio essa tal de... (parte 2)

...sertanejo universitário.

Não queria mais falar nesse assunto, mas hoje, ao ver a programação da 49ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, não me contive.

João Tosco e Vinícius, João Neto e Frederico, Fernando e Sorocaba, César Menotti e Fabiano. E para não dizer que foi só "sertanejo", a Sociedade Rural vai trazer NX Zero. É pracabá mesmo.

Pra começar, tem Victor e Léo, que pelo menos compõem as próprias músicas, gravam os próprios discos e fazem os próprios solos. Apesar de cantarem um monte de coisa dos outros.

Para terminar, Teodoro e Sampaio, que são da cidade e têm estilo próprio, além de serem compositores e produtores também.

Agora, no meio da semana, só mudam os nomes, porque as vozes são iguais, os solos são iguais, as bandas são iguais, os instrumentos são iguais e as músicas são as mesmas.

Na matéria principal de hoje do Caderno 2 da Folha de Londrina, os organizadores afirmam que fizeram um pesquisa de campo há uns quatro ou cinco meses atrás para ver a preferência do público em relação aos shows.

Com certeza foram nos colégios de ensino fundamental e médio.

Porque para mim não perguntaram nada.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Eu odeio esse tal de...

...sertanejo universitário.

Não é que eu não goste do ritmo, do estilo, ou sei lá. O que me irrita profundamente é que as duplas de manés fazem sucesso só com músicas regravadas! Você ouve algumas músicas de uma dupla e quando vai ouvir outra dupla, são as mesmas músicas, o mesmo ritmo, o mesmo arranjo, até as vozes são parecidas. As duplas sertanejas estão brotando em árvores ultimamente.

Um exemplo. Quem começou com essa febre foram os gordinhos César Menotti e Fabiano. Lançaram um CD com um monte de músicas. Dos outros. Só regravações de Zezé di Camargo e Luciano são três. Das 18 músicas do CD, 11 são regravações. E regravações mal regravadas, porque o cara grita tanto que parece que vai estourar e virar do avesso. E aquelas voltinhas do final de cada verso...

Imagine o César Menotti cantando "Wave"?

Outro dia meu irmão estava assistindo o DVD de João Bosco e Vinícius. Aquele monte de música dos outros, todas com os mesmo ritmos, arranjos, tons e etc. Dali a pouco o DVD acabou e começou a tocar tudo de novo, as mesmas músicas. Eu perguntei se ele ia assistir de novo, mas ele disse que já era outro show: Hugo Pena e Gabriel. Pensei: devem ser irmãos da outra dupla, acho que o pai está orgulhoso. Ou então ensaiam juntos e resolveram usar o mesmo repertório para poupar tempo.

Aliás, nos shows destas duplas, a banda nem deve parar de tocar. Termina uma letra, já emenda outra. Se reparar bem, dá para colocar as letras de cada músicas nos arranjos das outras, que ninguém vai notar a diferença. Você está ouvindo a estrofe de uma canção e já entra no refrão da outra... é uma festa.

Agora meu irmão deu pra ouvir um tal de Maria Cecília e Rodolfo. Que horror! Hoje eu perguntei pra ele se ele não cansava de ouvir sempre a mesma música. Ele retrucou dizendo que não era a mesma. Entrei na pastinha dele de músicas e vi que não era mesmo uma só, mas várias. Tudo igual. Tudo dos outros também. Ou melhor, tinha uma música, bem ruim, mas que eu não conhecia. Pensei que deveria ser deles. Não era. Assisti sábado o Altas Horas e descobri que era uma das músicas mais antigas do... Asa de Águia. Ninguém merece.

Mas o pior é que tudo isso virou febre. Todo lugar que vai, toca isso. Não que eu seja o maior entendedor de música e que tenha o maior bom gosto do mundo e do universo. Mas enche o saco.

E depois dizem que Calypso é ruim. Pode ser ruim, mas é ruim com coisa própria. Não ficam estragando coisas dos outros. É estilo. Desse monte de dupla que surge por aí a todo momento, alguém me diga qual a diferença de uma para a outra? Quem é quem? Que voz é de quem? Até minha voz é mais bonita que a do João Bosco.

Já cheguei a gostar de sertnejo universitário.

Hoje em dia é o que mais me irrita.