segunda-feira, 10 de novembro de 2008

No balanço do busão...

Quem anda de ônibus todos os dias há de concordar com certos fatos estranhos, chatos e incomodantes que acontecem dentro de um coletivo. Podem reparar e tirar a prova real.

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A pessoa que entra no ônibus só senta perto de alguma outra pessoa quando não tem outra opção. Se há lugar vazio, ela se senta lá, naquele banco que só cabe um, ou naquele que cabe dois, mas não tem ninguém. Nunca perto de alguém.

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O fone de ouvido é uma nítida forma quem a pessoa tem para dizer: “Não quero conversar, não enche!” É uma outra prova do “anti-socialismo” das pessoas.

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A pior coisa do mundo é andar de ônibus quando está chovendo. São 500 pessoas num carro que só cabem 75, às 6 da tarde, e todo mundo fecha o vidro. É fim de expediente, gente. O que tem de mal se molhar um pouco? Mas não. Ninguém admite que caia uma gota d’água no cabelo chapado desde as 5 da manhã.

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Se está com frio, vem de blusa. Em tempos de inverno, janela fechada de novo, porque a pessoa não quer estragar o penteado. Não sou obrigado a respirar o mesmo ar daquela pessoa que está gripada, ou daquele molequinho ranhento que está limpando o nariz na manga da blusa da mãe.

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Com a janela fechada, na chuva, o vidro embaça e todo mundo fica passando a mão. É nojento! Fica embaçado porque as pessoas respiram e tudo o que sai do nariz e da boca de todo mundo fica ali no vidro e nas hastes onde a gente segura, inclusive moléculas daquele pão de queijo e daquele chocolate hidrogenado que a pessoa comeu à tarde.

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Deveria ser proibida a entrada de homens com camiseta regata em transporte coletivo. São 6 da tarde, o ônibus entupido, o cara sai da construção civil e vem com aquela regata segurando na haste na parte de cima. O braço erguido. Meu Deus, não preciso nem continuar.

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Agora, quer ver o inferno? Experimenta pegar um coletivo às seis da tarde, num dia bem chuvoso. No calor ou no frio, tanto faz.

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Hoje eu tenho um moto, ultimamente não preciso mais andar de ônibus. E nem quero mais. Na verdade, nunca quis, porque é um martírio. Quem agüenta isso há anos, merece, com certeza, um tijolinho no céu, uma beatificação no vaticano, um carro – e eu me incluo nisso. No entanto, quando chove (ai meu Deus, quando chove), não dá pra ir de moto... aí, fazer o quê, não é?

4 comentários:

Anônimo disse...

haha, pego onibus lotado desde os 11 anos...
tenho 23.

E ainda, certa vez, fui obrigado a quase levar sermão de uma "profissional" da NOSSA área sobre aquilo que tenho vasta experiência de vida: Transporte Público.

... E ela de carro do ano.

Quero esse tal tijolinho do céu.
(que venha antes, aliás, que prciso construir um muro na minha data, haha)

Abraços e boas férias!

gustavo disse...

ri demais, principalmente pq pego ônibus frequentemente há uns 3 anos, mas nunca totalmente lotado (raríssimas exceções). Mas tem uma que é clássica, importantíssima de frisar:

"A pessoa que entra no ônibus só senta perto de alguma outra pessoa quando não tem outra opção. Se há lugar vazio, ela se senta lá, naquele banco que só cabe um, ou naquele que cabe dois, mas não tem ninguém. Nunca perto de alguém."

o bom é quando a pessoa já está do seu lado por falta de opção e, assim que abre uma vaga, vai embora curtir sua solidão... deprimente ¬¬'

mto bom o blog, aliás ;D
o/

Cuca disse...

Como vc é homem, esqueceu do principal: os tarados! Faça chuva, sol,esteja o ônibus lotado ou não, eles estão sempre lá, como se fosse uma profissão, estão lá todos os dias como se fosse pra bater ponto!Eca. Às vezes é melhor o banho de chuva, à pé...

Danilo disse...

É mesmo Dueldy!

Como fui esquecer? Acho que é exatamente por isso, por nunca fui assediado por um tarado no busão.

Ainda bem! Tô fora!

Obrigado por lembrar
abraço