sábado, 8 de novembro de 2008

João e o pé feijão

A história de João e o pé de feijão é uma história que não tem mocinhos, a não ser a esposa do gigante. No total, são cinco personagens: o próprio João, sua mãe, o gigante e sua esposa e a fada madrinha.

A história é a seguinte: um gigante malvado roubou os tesouros do pai de João, que era muito rico, deixando-os na miséria. Aí, já percebemos a primeira característica má, a do gigante, que é um ladrão folgado. João e sua mãe viviam desde então numa cabana na floresta e tinham apenas uma vaca. O menino convence sua mãe a vender a vaca e a troca por três sementes de feijão.

Ao acordar pela manhã, João viu que nasceu um gigantesco pé de feijão bem onde sua mãe havia jogado as sementes, após se enfurecer com a troca pela vaca. Ele então resolve escalar o pé de feijão e chega a um país estranho, nas nuvens. Até aí, todo mundo muito bonzinho, e o gigante malvadão.

Mas ao chegar no topo da planta, João encontra a fada madrinha, que era a fada madrinha do pai de João, contando toda a história do roubo do gigante e incentivando o menino a recuperar a riqueza de seu pai, ou seja, roubar. Repare na índole da fada. Está mais para “foda”.

É aí que se revela a índole maléfica do João, o “mocinho” nas histórias tradicionais. Ele engana a mulher do gigante e rouba a galinha que botava ovos de ouro. No Brasil, João pegaria de quatro a 10 anos de prisão por roubo. Ao voltar para casa, ele e sua mãe ficam ricos com todo o ouro que saía da galinha. A mãe também é má, porque é cúmplice do roubo de João. Além disso, é também cínica, porque reclamou quando da troca das sementes pela vaca, e depois ficou toda feliz quando João trouxe dinheiro para casa. O que o dinheiro não faz, não é?

Pois bem, depois de algum tempo, já rico, João resolve voltar ao castelo do gigante, desta vez disfarçado (falsidade ideológica). João é também muito ganancioso. Novamente, ele engana a esposa do gigante, que, além de coitada, é burra também, e rouba os dois sacos de moedas de ouro. Mais quatro a 10 anos de prisão. Ao voltar, novamente a mãe é cúmplice.

Como se não bastasse, depois de algum tempo, já milionário, o ganancioso e sovina João volta ao castelo e engana novamente a ingênua esposa do gigante. Desta vez, o roubo foi da harpa que tocava sozinha. No entanto, desta vez, o gigante percebeu e foi atrás de João, que saiu correndo e foi escalando para baixo o pé de feijão com a harpa na mão.

Neste momento, a face mais maléfica do rapaz se revela. A chegar ao chão, a mãe (sempre botando fogo e ajudando João em suas maldades) lhe dá uma machadinha e ele corta o pé de feijão, fazendo o gigante cair de cabeça no chão e morrendo instantaneamente. Um latrocínio. João é um assassino frio e cruel, que consegue tudo o que quer de forma ilícita. No Brasil, ele poderia pegar até 30 anos. A mãe, mais alguns, por ser cúmplice novamente.

Assim, viveram felizes para sempre, ricos, milionários com dinheiro roubado do gigante. Final feliz, mas horroroso. Os bandidos venceram.

Portanto estes são os crimes:
Gigante: roubo
Mãe: cumplicidade em todas as maldades de João
Fada: é má. A que incentiva e dá o pontapé inicial para as atrocidades de João
João: maria-vai-com-as-outras, roubo, chantagem, falsidade ideológica, assassinato qualificado, corrupção, latrocínio, lavagem de dinheiro.

Tenho certeza que a descendência de João inclui nomes como Napoleão Bonaparte, Adolf Hitler, Benito Mussolini, Josef Stalin, Mao Tse-tung, Nicolau dos Santos Neto, Augusto Pinochet, Fernando Collor, Antonio Belinati. Cada um herdou um qualidade negativa de João.

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