Toda criança tem seus pequenos amores, suas pequenas paixões, suas pequenas loucuras amorosas. Eu sempre fui uma criança tímida quando o assunto era esse. Na verdade, até hoje sou. Mas também tive meus pequenos amores.
A primeira menina da qual eu gostei e cultivei uma paixão foi a Daysa, uma menina gordinha, na primeira série. Eu sempre sentava perto dela para fazer os trabalhos, achava a letra dela linda e tudo o que ela fazia era lindo. Mas eu nem sabia o que era que eu sentia.
Que eu me lembre, também teve a Carol, na quarta série. Essa não tem como esquecer porque todos os meninos da sala gostavam dela. Todos queriam sentar perto dela, falar com ela, brincar com ela, dançar quadrilha com ela, comer o lanche dela.
Teve uma vez que eu saí da sala de aula para ir ao banheiro. Quando estava lá dentro, chegou o Diogo, que também amava a Carol. Ele era o mais forte da sala e queria me bater por amar a mesma garota que ele. Quando ele armou o soco, o Gustavo, meu amigo, que também gostava da Carol me salvou e bateu no Diogo. Ainda bem que esse amor passou.
Me lembro também da Valquíria. Essa já nos tempos de ginásio. A Valquíria morava longe de casa, mesmo assim, todos os dias eu saía com a minha Motombaique amarela e ficava passando na frente da casa dela. Eu subia a rua sem asfalto empurrando a bicicleta e descia freando para fazer barulho. Se ela não saía, eu chamava e dizia que, por acaso, estava passando por ali e, por acaso, me deu sede e parei para pedir água. Mas era todo dia.
O pior era quando ela me chamava para entrar. Sim, era pior, porque ela me chamava para me falar sobre o grande amor dela: o Claudemir. O Claudemir era meu amigo. Eu tinha que ficar ouvindo ela desabafar que ele não gostava dela. E eu dava força para ela, que ela não podia desistir e coisa e tal. Olha que inocência! E ela dizia que eu era um amigão. E eu ficava satisfeito. Olha que inocência!
Do mesmo jeito que eu ia na casa da Valquíria, eu ia também com a mesma Motombaique amarela na casa da Vanessa. Passava em frente, freava e pedia água. A única diferença era que a casa da Vanessa era no sítio, por isso, era uma verdadeira maratona. Isso fez com que este amor durasse menos, em razão das tão desfavoráveis condições físicas.
São pequenos amores de uma época totalmente ingênua, quando aquela quentura que de vez em quando queimava no peito era apenas um sentimento igual àquele que dá quando a gente vai andar na montanha russa. Nada mais que isso. Quando essa quentura era facilmente esfriada com um sorriso, ou um copo d'água oferecido pela pessoa amada. Só.
Quando a gente cresce, tudo é sexo. Ou, quando não é, gira em torno ou faz alguma referência. Em tudo há malícia; beijo já não pode ser acompanhado apenas de mais um beijo, mas de um afago mais "quente"; um afago mais "quente" vem acompanhado de mordidas no pescoço; a mordida no pescoço, de uma desabotoada de calça, blusa ou sutiã; e assim por diante...
Pensando bem... ô coisa boa!
2 comentários:
Se eu fosse escrever um post sobre meus pequenos amores, teria de dividir em alguns posts. Já tentei, em papel, e foram 3 folhas!
Acho que é porque mulher se apaixona mais fácil. Ou acredita mais...
Na verdade, quando se percebe que tá apaixonado, já vem acontecendo há muito tempo e você, de repente, só se toca =D
Carol era loira e tinha olhos azuis ou verdes? Amores que machucam deveriam ser regulamentados por lei, né? XD
Todo dia tava com sede? Ela nunca desconfiou? Estava bem claro, né?
Valquíria e Vanessa ao mesmo tempo ou em 2 fases diferentes?
Veja o lado bom: Vanessa fez bem à sua saúde!
A cabeça do adulto só Freud explica. Literalmente!
Ainda sou mais tradicional, então, só poderei concordar com você daqui a alguns tempos, indefinidos =D
Eu não quis colocar os detalhes de cada uma pra não estender demais... já tava cansando. Mas a Carol nem era tão bonita assim. Hoje vejo as fotos antigas e dou risada. A Valquíria e a Vanessa eram lindas. Ainda são. E estão no meu orkut... Tomara que elas não vejam a postagem, nem os namorados delas.
Mas, respondendo a sua pergunta, cada uma no seu tempo, uma de cada vez.
Postar um comentário