quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Três livros do Jô Soares



O primeiro deles é também o primeiro escrito por Jô Soares. Em "O Xangô de Baker Street", o famoso detetive inglês Sherlock Holmes aparece no Brasil, a pedido de Dom Pedro II, para resolver o mistério do sumiço de um violino Stradivarius raríssimo. Aí ele descobre que o roubo tem ligação com alguns assassinatos de mulheres.

O livro mistura personagens reais com personagens fictícios. Lugares reais do Rio de Janeiro do final do século XIX em uma história muito bem contada. Dos três livros do Jô que li, foi o que mais gostei.

O mais legal é que a história reinventa a origem de várias coisas tradicionais, como a caipirinha, piadas folclóricas e personagens que surgiriam nos anos posteriores em filmes e histórias em quadrinhos (não vou contar quem é porque senão vai perder a graça, mas é bem famoso). E nesse caso, acontece algo que Conan Doyle, criador de Holmes, jamais ousaria contar em seus livros. Um deles é que o detetive mais famoso da história da ficção era virgem. O outro eu não posso contar.



O segundo livro que li foi o terceiro escrito pelo Jô: "Assassinato na Academia Brasileira de Letras". A história é simples e se passa no início do século, também no Rio de Janeiro. Assassinatos começam a ocorrer com os imortais da Academia. Um detetive chamado Machado Machado tenta desvendar o crime. O final é feliz.

Foi o que eu menos gostei, porque a história e os acontecimentos foram muito óbvios e eu mesmo descobri o assassino antes dos detetives. O final não é tão emocionante quanto eu pensei que fosse ser e acontecem coisas muito mirabolantes, impossíveis de acontecer de verdade. Mas a história é boa e vale a pena ler.



O terceiro livro, que é o segundo escrito por Jô, é o mais diferente de todos. "O Homem que Matou Getúlio Vargas" conta a história de um tal Dimitri Borja Korozec, filho de uma artista de circo de São Borja (daí o sobrenome) filha bastarda do pai de Getúlio, e um anarquista da Bósnia.

Dimitri é treinado desde adolescente em uma escola terrorista na Bósnia e rapidamente se torna um dos pupilos. Mas o fato de ter um dedo indicador a mais em cada mão sempre o atrapalha nas missões.

Dimitri, que é um personagem inventado, acaba tendo participação importante em vários dos principais acontecimentos do século XX, como a Segunda Guerra Mundial, o atentado contra o presidente Roosevelt dos EUA, a crise de 1929, a gripe espanhola no Brasil. Se relacionou com Mata Hari, Al Capone, atores de Hollywood e muitos outros figurões. Inclusive ele foi o responsável pela condenação de Al Capone e pela morte de Vargas.

A leitura é muito dinâmica, com capítulos curtos e eu gostei muito da história. Recomendo. Dimitri é um personagem cativante, destes que marcam para sempre.

Observações

Algumas coisas são comuns nos três livros: as histórias se passam todas no Rio de Janeiro e mais ou menos nas mesmas épocas; em todos os livros há um personagem anão; os personagens principais são muito parecidos. Tudo isso dá a impressão de que, ao ler um livro após o outro, você já leu aquilo em algum lugar, mas não se lembra onde.

Mesmo assim, gostei muito de ter lido Jô Soares e recomendo.

Veremos agora, quais serão minhas próximas aventuras literárias.

sábado, 11 de setembro de 2010

O dia em que não assisti Dragon Ball Z

Eu estava na oitava série. Tinha 14 anos e adorava Dragon Ball Z. Não só eu, mas a maioria dos meninos da sala chegavam a matar as duas últimas aulas pra dar tempo de chegar em casa, ligar a TV e assistir ao nosso desenho favorito. No outro dia o episódio do dia anterior era comentário de intervalo.

Se a mãe perguntasse, o combinado era dizer que teve duas aulas vagas. Se uma mãe perguntasse pra outra, não haveria problema.

Mas naquele dia foi diferente. Não me lembro se houve aula vaga ou se matei mesmo. O certo é que fui embora na hora do intervalo. Saí apressado pra não perder o episódio do dia. Já estava no final da saga, quando o Goku faria a batalha final contra Majin Boo.

Cheguei em casa, nem tirei o uniforme, sentei com mochila e tudo no sofá, liguei a TV.

Pra minha surpresa e tristeza (mais tristeza do que surpresa) a Globo estava transmitindo um noticiário ao vivo sobre duas torres pegando fogo em Nova Iorque, nos EUA. Na hora achei que era fogo mesmo e não admitia que a TV deixasse de transmitir meu desenho favorito pra mostrar aquilo.

Mudei de canal. Mudei de novo, de novo e de novo. Todos transmitiam a mesma coisa.

E eu nem sabia o que era o tal de World Trade Center, de torres gêmeas, de Al Qaeda, de Bin Laden. Queria mesmo era meu Dragon Ball Z.

Não fiquei nem 10 minutos vendo aquilo. Saí e fui jogar futebol. Meus amigos, frustrados como eu foram jogar bola também. Afinal, não estávamos entendendo nada mesmo. Nem imaginei que era o prédio mais alto do mundo, que aviões sequestrados por terroristas tinham colidido contra o prédio, que tanta gente morreu. Mesmo assim, a partir daquele dia fiquei sabendo muito bem o que era terrorismo, Bin Laden, Bush, torres gêmeas.

É engraçado como a gente lembra exatamente o que estávamos fazendo no dia de algum acontecimento importante. Mesmo que na hora eu não tenha visto a mínima importância naquilo, hoje eu sei o quanto aquele fato marcou a história mundial.

A partir dali, duas guerras foram desencadeadas, uma no Afeganistão e outra no Iraque. Muitas reflexões foram feitas em jornais, internet, blogs e até em sala de aula, tanto na escola como na faculdade durante anos. Ouvi muitas opiniões que ajudaram a formar a minha. Um fato extremamente importante e marcante da história política do mundo.

Mesmo que o dia 11 de setembro de 2001 tenha me marcado apenas, naquele primeiro momento, como o dia em que eu matei aula pra assistir Dragon Ball Z e perdi a viagem.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Parabéns ao Centenário

Quero parabenizar aqui um grande clube. Este clube fez exatamente 100 anos no dia 1º de setembro. É um time de guerreiros, paulista, e que eu gosto muito. Tenho muita simpatia por esse clube.

Meu time, o Santos já venceu, mas já perdeu também, é claro.

Por isso, os meus sinceros parabéns a esse senhor clube, agora centenário.


PARABÉNS NOROESTE!

Ah, e parabéns ao Curíntia também... parece que fez 100 anos também, não tenho certeza