domingo, 31 de janeiro de 2010

Um domingo...

Acordei às 7h15 achando que o relógio não despertou. Comecei a me arrumar. Descobri que faltavam 15 minutos para o relógio despertar. Dormi de novo. Acordei às 7h45 com a minha avó esmurrando a porta. Me lembrei que esqueci de colocar o relógio pra despertar. Me arrumei e fui pro encontro da Campanha da Fraternidade 2010. Cheguei vinte minutos atrasado. Comecei a anotar freneticamente tudo o que o padre Amilton falava. Meia hora depois, ele disse que aquilo era só introdução e que agora é que ia começar a primeira parte. Parei de anotar.

Meu tio me mostrou as sandálias novas dele. Notei que parecem de profeta. Acho que ele não gostou da comparação. Nossa, como a Carminha está gorda. Nossa, como tem gente metida (Marlene) na igreja. Discuti com a Lucélia sobre Colheita Feliz e os novos enfeites de carnaval. O café foi a melhor parte. Na metade do encontro ninguém anotou mais nada. Percebi um loira muito bonita que eu não conheci. Percebi que a conhecia sim. Era a Silmara. É que ela ganhou uma transformação no programa da Cloara Pinheiro. Não posso perder o programa da Cloara terça-feira.

Percebi que meu tio estava tentando esticar a camiseta para disfarçar a barriga. O encontro terminou meio-dia. Até agora não sei direito qual o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Fui embora preocupado com minha Colheita Feliz. Cheguei em casa e fui direto pro computador. Cheguei atrasado. Já haviam roubado os ovos da galinha, o leite da vaca, a lã da ovelha, romãs e uvas. Ah, se eu pego o Zé e a Simone. Mesmo assim, colhi algumas coisas, mas continuei no nível 18. Almocei marmitex. Ainda não entendo como um pedaço tão grande de carne pode caber no meu dente do siso.

Fui à casa da Camila e consertei o violão do Lucas. Não sei se ficou bom, mas fiz o que pude. Levei o Lucas pra ver a enchente. Levei minha mãe, avó, tia e vizinha no aniversário da filha do Pastel. Assisti cinco minutos de Cianorte x Paraná. Dormi. Acordei uma hora depois e ainda estava 0x0. Busquei minha mãe no aniversário da filha do Pastel. Choveu forte. Fui obrigado a ficar em casa e assistir uma entrevista emocionante em duas ex-BBBs, no Faustão. Parou a chuva. Fui devolver os CDs do Pink Floyd, Bon Jovi, Almir Sater e Guns'n Roses que o João Paulo me emprestou para um final de semana e que eu fiquei três meses com eles. Consegui tirar com a língua o pedaço de carne do meu dente. Engoli. Comi docinhos que minha avó trouxe do aniversário, escondidos numa sacola.

Assisti Fantástico. Vi os gols de domingo. Tomei banho (ah, pensou que eu ia pular esta parte né?). Me recusei a ver BBB. Colhi romãs, canas, ovos, lã e leite. Respondi o recado do Alexandre sobre a hora da academia amanhã. Vi as notícias sobre o Robinho. Escrevi no blog. Vou ler agora uns dois capítulos de "O Chalaça", de José Roberto Torero. Pretendo levantar amanhã às 6h30 para correr um pouco, afinal não quero chegar como um leitão na praia no carnaval. Mas creio que não terei coragem.

Acho que vou esquecer de colocar o relógio pra despertar de novo.

Sem ânimo

Ultimamente tenho pensado em milhares de coisas pra escrever no blog. Mas estou tão sem ânimo pra escrever quanto o meu irmão está para trabalhar.

Por isso as postagens estão um pouco raras por aqui.

Vou rezar o terço todos os dias pra ver se o ânimo de antigamente volta. Ou melhor, vou rezar um inteiro.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A sorte de hoje

Cara, tem hora que o Orkut inventa cada uma. A pior de todas é a sorte do dia. Não sei de onde tiram aquelas frases mais toscas do mundo.

Mas a de hoje é a pior:

Sorte de hoje: Os jovens têm anseios que nunca passam, enquanto os velhos têm lembranças do que nunca aconteceu.

Nossa... como pode? Alguém me explica como alguém pode se lembrar do que nunca aconteceu? O que a primeira parte tem a ver com a segunda? O que eu to fazendo à 0h22 de uma segunda feira lendo "Sorte de hoje" no orkut em vez de ir dormir porque tenho que acordar cedo amanhã pra ir trabalhar?

É uma calcinha bege.

É de tirar o tesão!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Colhendo o vício!

"Oi, meu nome é Danilo"

"Oi Danilo!"

"Vim aqui hoje, nesta reunião para contar a minha experiência de vida. É algo que está acabando comigo. Algo que me consome a cada dia, a cada momento, a cada instante. Outro dia, cheguei em casa e falei, meio sem pensar:

- Caramba, consegui comprar uma vaca!

Aí, minha avó perguntou:

- Como assim? Por que? Com que dinheiro? Onde você vai guardar?

Daí, eu expliquei que não era uma vaca de verdade. Era na Colheita Feliz, do Orkut. Mesmo assim, ela perguntou as mesmas coisas quando eu disse que havia comprado um porco, uma galinha, um burro, melancias, abóboras, cenouras, nabos e casinhas de cachorro. E ficou mais passada ainda quando eu disse que consegui comprar tudo isso com a venda das coisas que eu roubei. E toda vez eu explico tudo em detalhes e ela sempre pergunta no final:

- Hã?

Coitada, mal sabia ela o vício que estava prester a se instalar no neto dela. No início, achei que seria só mais um joguinho de internet. Mas depois, vi que não era bem assim. O jogo é viciantemente viciante. Não dá para parar. Descobri que é um caminho sem volta.

Você precisa cuidar da sua fazendinha e precisa comprar sementes, plantar, esperar crescer, colher e vender. Conforme vai vendendo, vai ganhando dinheiro e comprando mais e mais coisas, como animais, por exemplo.

Tem alguns produtos que só podem ser comprados com dinheiro de verdade. Dá até pra imprimir um boleto e pagar no banco! Ai meu Deus, quantas vezes cheguei a imprimir o boleto, mas graças a Deus, resisti e não fui."


"plac plac plac plac plac plac", "parabéns", "que lindo!", "que força de vontade"...

"Eu não gasto com isso não, mas confesso que, desde que comecei minha colheita, há umas duas semanas, chego a marcar o horário que as plantinhas vão amadurecer pra colhê-las. Se elas estão maduras, outras pessoas podem entrar na minha colheita e roubar. E eu odeio ladrões.

A Colheita Feliz virou assunto até em roda de amigos. Hoje mesmo, estava conversando numa rodinha quando alguém disse que precisava ir embora pra colher umas abóboras. Daí um outro já disse que conseguiu roubar um caviar de alguém. Outro, que roubou tanto na noite passada, que conseguiu comprar uma ovelha. Outro ainda, disse que precisava pagar um boleto de R$ 7,00 para conseguir moedas verdes. E assim, o assunto rendeu bem uma hora mais ou menos.

Hoje, confesso a vocês: sou viciado em Colheita Feliz."


"Oh!", "ah, meu Deus", "coitado!"...

Minha colheita

"Mesmo assim, admito que não estou fazendo nada para mudar este quadro. Cada nível que eu passo, cada presente que eu ganho, cada ponto de popularidade, me incentivam a ir mais e mais além. A ficar até de madrugada vasculhando orkuts alheios em busca de qualquer ovinho, qualquer leitinho, qualquer nabinho...

Nesta última semana, comecei a vasculhar e roubar drogas mais pesadas. Fiquei meia hora na colheita de uma tal de Cacá esperando o pato dela botar e o pavão dar suas penas. Também roubei mel, caviar e até presentes de árvores de natal. Ganhei um bom dinheiro com isso. Meu organismo não se contenta mais só com coisas pequenas. Quero sempre mais. E isso me incomoda muito, porque por causa disso, estou dormindo poucas horas por noite..."


"Não chora...", "isso passa", "é melhor chorar mesmo, faz bem"...

"Se fosse para eu dar um conselho aos mais jovens, seria este: usem maconha, cocaína, abusem no álcool, no cigarro, na cola de sapateiro, sei lá, mas não entrem na Colheita Feliz. Ela, pode ter certeza, é muito pior.

Hoje consegui chegar ao nível 12. Já estou comprando melancias. Ai meu Deus, tenho medo de chegar a ter nível pra comprar frutas mais pesadas como o cacau, o abacaxi, a pitaya e a cana, apesar de também não ver a hora de chegar!"


"Não diga isso", "tente se controlar", "seja forte"...

"Não, não consigo! Não quero, mas quero! Preciso disso, não vivo mais sem isso. Já não tem mais volta. A sensação é maravilhosa, é magnífica. Quero mais, mais e mais! A vida é linda, tudo é lindo, a Colheita Feliz é linda, minhas abóboras são lindas, minha galinha é linda, meu burro é lindo, minha vaca, minha ovelha, meus morangos. Tudo lindo. E por falar em morangos, acho que já está na hora deles madurarem. Ai meu Deus, minha galinha tá pra botar e minha vaca tá pra dar leite. Meu porco e meu burro precisam de comida. Preciso comprar uma paisagem. Minhas flores desabrocharam. Ai, que desespero. Preciso da colheita... preciso da colheita... vou embora."

"Não, não vá!", "não se renda, lute mais", "lute até o fim", "não vá ainda, espere mais um pouco", "você precisa contar mais", "ele já foi?", "já", "será que ele falou tudo o que comprou?", "ah, acho que sim", "rápido então, vamos roubar os ovos da galinha dele", "e o leite", "e as melancias", "caramba, já estou chegando no nível 26, vou comprar o abacaxi", "anda logo, antes que ele chegue em casa", "nossa, como esse jogo vicia"...

domingo, 17 de janeiro de 2010

O discurso de Zilda Arns

Há pouco mais de um ano tive o grande prazer de entrevistar Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, em Florestópolis, na festa dos 25 anos da pastoral. A coisa mais incrível que eu vi naquele final de setembro de 2008 é o amor que aquele povo tinha por aquela mulher de sorriso tão fácil e tão atenciosa.

Apesar de minha mãe ser voluntária da Pastoral da Criança há mais de 20 anos aqui em Jataizinho, ainda não tinha a exata dimensão do quanto isso era importante.

Hoje, com certeza, Zilda Arns já está com Deus. Sem dúvida, dando uma mão pra ele, porque sei que o trabalho dela terminou só aqui na Terra. Lá de cima, ela ainda tem muito serviço. Claro, com uma visão bem mais ampla, no sentido mais literal da palavra. O trabalho continua, como ela mesma deixou explícito em seu último discurso, no Haiti.

Leia alguns trechos.

(Para quem quiser ler as reportagens e entrevistas feitas por mim e pelo meu amigo Paulo Eleutério* para o Webjornal ComTexto, sobre a Pastoral da Criançs, pode clicar aqui, aqui e aqui)

"A construção da paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em fraternidade e responsabilidade social. A paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos, as atitudes e práticas da busca do bem comum.

Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos" significa trabalhar pela inclusão social, fruto da Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos em favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam. Somar esforços para alcançar os objetivos, servir com humildade e misericórdia, sem perder a própria identidade. Todo esse caminho necessita de comunicação constante para iluminar, animar, fortalecer e democratizar nossa missão de fé e vida.

Cremos que esta transformação social exige um investimento máximo de esforços para o desenvolvimento integral das crianças. Este desenvolvimento começa quanto a criança se encontra ainda no ventre sagrado da sua mãe. As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e esperança. NÃO EXISTE SER HUMANO MAIS PERFEITO, MAIS JUSTO, MAIS SOLIDÁRIO E SEM PRECONCEITOS QUE AS CRIANÇAS.

Os resultados do trabalho voluntário, com a mística do amor a Deus e ao próximo, em linha com nossa mãe terra, que a todos deve alimentar, nossos irmãos, os frutos e as flores, nossos rios, lagos, mares, florestas e animais. Tudo isso nos mostra como a sociedade organizada pode ser protagonista de sua transformação. Neste espírito, ao fortalecer os laços que ligam a comunidade, podemos encontrar as soluções para os graves problemas sociais que afetam as famílias pobres.

Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e protegê-los."


*Paulo Eleutério acabou de se formar em Jornalismo. O trabalho de conclusão dele, apresentado no último mês de novembro, foi exatamente sobre o trabalho da Pastoral da Criança em Londrina. E uma das entrevistas foi justamente com Zilda Arns.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Moi de repôi nu ái iói

Hoje faz cinco anos que meu avô faleceu. Hoje a Zilda Arns faleceu. Mas como não quero que haja motivo para alguém ficar triste, não vou escrever uma mensagem linda e maravilhosa, daquelas que fazem chorar e tudo mais. Quem já se foi cumpriu sua missão, como a doutora Zilda e meu avô.
Quero celebrar a vida. Por isso, aqui vai uma receita bem mineira, como é a minha avó, viúva do meu avô, que nasceu em Guaranésia (MG), em 18 de agosto de 1938, perto de Três Corações, a cidade do Pelé.

Receita cazêra minêra de:
MOI DE REPÔI NU ÁI IÓI

INGRDIENTE:
5 denti de ái
3 cuié di ói
1 cabêsss di repôi
1 cuié de mastumati

MODI FAZÊ
Casca o ái, pica o ái i soca o ái cum sá. Quenta o ói na cassarola, foga o ái socado nu ói quentim. Pica o repôi beeeeemmmm finim, foga o repôi nu ói quentim junto cum ái fogado. Poim a mastumati i méxi ca cuié pra fazê o môi. Sirva cum rôis e melete.

Isso é bão dimais da conta, sô!


E de brinde, vai um causo beeemmm minêro messs.


(em homenagem à minha avó, donLuzia, que é minêra tamém né)