sexta-feira, 31 de julho de 2009

Xadrez, truco e outras guerras


O livre mais diferente que já li. Esta é a melhor definição para "Xadrez, truco e outras guerras", do José Roberto Torero (já disse que, ultimamente, é meu escritor favorito).

A obra gira em torno de um sentimento comum nas pessoas: a ira. A história se passa na Guerra do Paraguai, mas o autor não deixa isso claro em momento algum. Ele recria livremente a história.

A diferença deste para outros livros é o jeito como a história é contada. Cada capítulo (são bem curtinhos) fala sobre algum acontecimento pessoal de alguma pessoa envolvida na guerra, como o Rei, o general, capitão, tenente. Mas o personagem principal é o soldado.

Tudo o que acontece, a responsável é sempre a ira que, segundo Torero, é o único pecado capital perdoável.

Mesmo sendo o personagem principal, o fim do soldado é meio estranho. Na verdade, o fim de todos é estranho. Porque, por mais que seja ficção, a história é baseada em fatos reais, portanto, sendo baseada em fatos reais, pode não haver reviravoltas no final.

Por exemplo, na ficção, um personagem que você imagina ser mau, pode ser bom. Às vezes, ele pode ser mau mesmo. Mas em "Xadrez, truco e outras guerras", a ira mostrada nas ações dos personagens faz o leitor amaldicoá-los numa página e endeusá-los na outra. Assim, não dá para saber se no final ele é bom, ou mau.

Torero mostra que uma guerra não é feita apenas de atos heróicos, mas também de atos mesquinhos, covardes, infames, amorosos, pecaminosos e nem um pouco gloriosos.

Está aí um motivo pelo qual eu achei o livro bem diferente: não dá para explicar.

Ah, e linguagem Torerística, aliada ao tradicional sarcasmo e ironia do autor, deixam o livro delicioso. É daqueles que a gente começa a ler e não vê a hora de terminar.

Só lendo mesmo.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Que Massa!

O Felipe sofreu aquele acidente no sábado, nos treinos classificatórios. Mas nada disso teria acontecido se...



...ELE NÃO ESTIVESSE ATRÁS DO BARRICHELO!

Nunca anda na frente, quando anda, atrapalha os outros...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Janela da esperança

Graças a Deus!

O Corinthians está desmontando o time. Já saíram Cristian, André Santos e Douglas. Todos os jogadores estão na melhor fase da carreira de cada um (claro, menos o Ronaldo, mas ele não precisa estar na melhor fase para estar acima da média dos jogadores que atuam no Brasil), por isso, até eu acho que o Corinthians é o melhor time do Brasil, no momento.

Mas a janela que se abre todo meio de ano faz com que os melhores jogadores que atuam por aqui pulem de uma vez para fora da casa. Assim, os times vão se desmontando.

Claro, vendo por este lado, é triste. Mas, considerando a situação em que meu time se encontra, eu fico muito feliz. Porque o Santos, com certeza, não vai vender ninguém. Nem mesmo o Neymar, que está muito novo ainda.

Agora, só faltam ir embora o Elias e o Felipe. Só estes, já estaria de bom tamanho.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Os meus pequenos amores

Toda criança tem seus pequenos amores, suas pequenas paixões, suas pequenas loucuras amorosas. Eu sempre fui uma criança tímida quando o assunto era esse. Na verdade, até hoje sou. Mas também tive meus pequenos amores.

A primeira menina da qual eu gostei e cultivei uma paixão foi a Daysa, uma menina gordinha, na primeira série. Eu sempre sentava perto dela para fazer os trabalhos, achava a letra dela linda e tudo o que ela fazia era lindo. Mas eu nem sabia o que era que eu sentia.

Que eu me lembre, também teve a Carol, na quarta série. Essa não tem como esquecer porque todos os meninos da sala gostavam dela. Todos queriam sentar perto dela, falar com ela, brincar com ela, dançar quadrilha com ela, comer o lanche dela.

Teve uma vez que eu saí da sala de aula para ir ao banheiro. Quando estava lá dentro, chegou o Diogo, que também amava a Carol. Ele era o mais forte da sala e queria me bater por amar a mesma garota que ele. Quando ele armou o soco, o Gustavo, meu amigo, que também gostava da Carol me salvou e bateu no Diogo. Ainda bem que esse amor passou.

Me lembro também da Valquíria. Essa já nos tempos de ginásio. A Valquíria morava longe de casa, mesmo assim, todos os dias eu saía com a minha Motombaique amarela e ficava passando na frente da casa dela. Eu subia a rua sem asfalto empurrando a bicicleta e descia freando para fazer barulho. Se ela não saía, eu chamava e dizia que, por acaso, estava passando por ali e, por acaso, me deu sede e parei para pedir água. Mas era todo dia.

O pior era quando ela me chamava para entrar. Sim, era pior, porque ela me chamava para me falar sobre o grande amor dela: o Claudemir. O Claudemir era meu amigo. Eu tinha que ficar ouvindo ela desabafar que ele não gostava dela. E eu dava força para ela, que ela não podia desistir e coisa e tal. Olha que inocência! E ela dizia que eu era um amigão. E eu ficava satisfeito. Olha que inocência!

Do mesmo jeito que eu ia na casa da Valquíria, eu ia também com a mesma Motombaique amarela na casa da Vanessa. Passava em frente, freava e pedia água. A única diferença era que a casa da Vanessa era no sítio, por isso, era uma verdadeira maratona. Isso fez com que este amor durasse menos, em razão das tão desfavoráveis condições físicas.

São pequenos amores de uma época totalmente ingênua, quando aquela quentura que de vez em quando queimava no peito era apenas um sentimento igual àquele que dá quando a gente vai andar na montanha russa. Nada mais que isso. Quando essa quentura era facilmente esfriada com um sorriso, ou um copo d'água oferecido pela pessoa amada. Só.

Quando a gente cresce, tudo é sexo. Ou, quando não é, gira em torno ou faz alguma referência. Em tudo há malícia; beijo já não pode ser acompanhado apenas de mais um beijo, mas de um afago mais "quente"; um afago mais "quente" vem acompanhado de mordidas no pescoço; a mordida no pescoço, de uma desabotoada de calça, blusa ou sutiã; e assim por diante...

Pensando bem... ô coisa boa!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Não assista este filme


Há três tipos de filmes que eu não gosto. Aqueles em que crianças morrem; aqueles de guerra; e aqueles com final triste. Eu adoro filmes com finais felizes. Mas há filmes piores ainda. São aqueles em que crianças morrem, têm guerra e o final é triste. Tudo junto, em um filme só.

Domingo eu assisti "O menino do pijama listrado" e presenciei tudo isso. Dormi meio na depressão. Eu sei que não deveria como é o final, mas tive que escrever. Bruno é um menino, filho de um oficial nazista, que tem que se mudar para longe de Berlim por causa de uma promoção recebida pelo pai.

Ele não faz ideia que uma guerra está acontecendo e que seu pai comanda um campo de concentração de judeus. Lá, ele não encontra amigos e vive triste. Ao sair para explorar o local, Bruno descobre uma cerca e faz amizade com o menino Schmuel, que vive atrás da cerca, com o uniforme listrado, que Bruno pensa que é um pijama.

É claro que muita coisa é obviamente fantasiosa, como o fato de que o Bruno, com facilidade, consegue cavar um túnel e passar por baixo da cerca elétrica do campo de concentração, para a ajudar o amigo a procurar o pai. Se fosse fácil assim, muita gente teria fugido durante a guerra. Mas o filme mostra também como os jovens arianos eram educados. Uma verdadeira lavagem cerebral conforme as ideias nazistas.

Mas eu paro por aqui.

Se você, assim como eu, não gosta de filmes de guerra, filmes em que crianças morrem e filmes com o final triste, ou muito menos daqueles que juntam tudo isso, não assista "O menino do pijama listrado".

Opa, contei o final...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Não é para mim

Eu não ia escrever sobre a última peça que eu assisti no Festival Internacional de Londrina (Filo), "prESENCIAS Entre Salamanca & Samarcanda" mas a pedido da minha amiga Regiany, que presenciou a peça comigo, vou escrever.

Eu não ia escrever que, quando eu vi a resenha da peça, fiquei super empolgado. Primeiro, porque nunca havia assistido a um musical, muito menos espanhol. Dizia que a atriz cantava músicas antigas de cidades entre Salamanca, na Espanha, e Samarcanda, na China, se eu não me engano.

Eu não ia escrever que eu ainda acreditava que a peça iria melhorar depois que as cortinas se abriram e a mulher apareceu sentada atrás de um contrabaixo arranhando o pauzinho em apenas uma corda e cantando uma música celta (prefiro acreditar que era uma música celta, porque se o meu irmão estivesse assistindo, iria dizer que ela estava apenas chorando). Isso durou mais ou menos meia hora.

Eu não ia escrever que em cada um dos muitos atos da peça, a mulher cantava "músicas" parecidíssimas com a primeira (se o meu irmão estivesse assistindo, diria que era a mesma). O palco não tinha quase nada e ela ficava mais ou menos meia hora (de verdade) cantando a mesma música e fazendo mais alguma coisa chata.

Eu não ia escrever que, quando ela apareceu com uma roupa bem bonita e uma faca fincada na cabeça, eu acreditei que o negócio ia melhorar e ela ia fazer uma dança flamenca. Que nada. Só ficou gritando. Ou fui eu que não entendi o que ela estava fazendo.



Eu não ia escrever que eu senti vontade de sair; que eu conversei sobre trabalho com a Regiany; que eu contei piada; que eu falei da minha família; que ela falou da dela; que nós combinamos de ir comer um lanche depois da peça; que eu disse que aquela era a segunda vez que eu fui de carro, dirigindo, à Londrina; que eu estava com fome; que ela tinha entregado um trabalho na faculdade naquele dia. Tudo isso enquando a atriz encenava o 3º ou 4º ato, se eu não me engano.

Eu não ia escrever que, no final da peça, a atriz conversou com o público e avisou que naquele momento ia fazer um número engraçado. Confesso que tive uma pontinha de esperança. Mais uma vez, foi em vão. Ela fez um número super igual aos outros atos. E o pior, durou mais uma meia hora.

Eu não ia escrever que esta foi a segunda vez que eu me arrependo de ir a uma peça. A primeira foi em "A poltrona escura", do Cacá Carvalho. Um monólogo chatíssimo, pelo menos para mim, na época um adolescente que nunca tinha ido ao teatro (tanta peça pra ir e eu fui estrear logo num monólogo?).

Eu não ia escrever que eu acredito que o que faz uma peça ser realmente uma peça, é o ator fazer o que as pessoas da platéia normalmente não conseguiriam fazer (é isso o que torna o ator, um ator). E a atriz espanhola realmente fazia um monte de coisas que eu não consiguiria fazer nunca. Mas também não pretendo.

Finalmente, eu não ia escrever que eu prefiro peças simples, com comédia, sem muita subjetividade. Porque o tipo de arte apresentado em "prESENCIAS Entre Salamanca & Samarcanda" não é para mim, simples leigo na arte de apreciar arte.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Inter x Curíntia

Alguns comentários apenas:

* O Internacional jogou muito bem, mas o Corinthians hoje (ah, como é ruim dizer isso) é o time mais bem entrosado, dirigido e organizado do Brasil. E tem dois jogadores que desequilibram: Dentinho e Jorge Henrique. Eles marcam, armam jogadas e atacam, é incrível (ah, como é ruim dizer isso).

* Porque os times que precisam ganhar não entram pra jogar como se fosse os quinze minutos finais do jogo?

* O lateral Kléber deve ter ficado muito preocupado (e com razão) com sua estadia na seleção. Do jeito que jogou mal e do jeito que o André Santos jogou bem, parece que a lateral esquerda da seleção tem um titular agora.

* O jogo já estava decidido, mas se não fosse a confusão armado pelo D'alessandro, o Inter ia fazer quatro gols.

* O lance mais engraçado do jogo foi depois do segundo gol do Inter, quando o D'alessandro partiu pra cima do Willian. Enquanto o zagueiro do Corinthians ia só recuando, o atacante do Inter ia pra cima, parecendo uma galinha brava. Mas, como ninguém do time dele o ajudou, ele não atacou, ficou só ameaçando e ficou num mato sem cachorro. Como não iria dar o braço a torcer (bom argentino que é), esperou até que os jogadores do time dele o tirassem do tumulto. Foi muito bom!

* O melhor do jogo foi o Nilmar. Mais uma vez ele mostrou porque merece estar na seleção e entrar no lugar do Robinho quando ele jogar mal, como seria contra o Egito, África do Sul, Estados Unidos e alguns outros jogos das eliminatórias.

* Sai Pato, entra Grafite na seleção.